Apesar dos avanços no acesso à educação e qualificação, as desigualdades no mercado de trabalho seguem marcantes, especialmente para as mulheres negras. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), referentes ao segundo trimestre de 2024, mostram que esse grupo é um dos mais afetados pela exclusão profissional.
O desemprego entre mulheres negras chega a ser o dobro do registrado para homens não negros. Segundo a RAIS, no período analisado, o Brasil contabilizou 7,5 milhões de pessoas desocupadas, com uma taxa média de desemprego de 6,9%. No entanto, quando observado o recorte racial e de gênero, a discrepância é evidente: 4,6% para homens não negros e 10,1% para mulheres negras.
Diante desse cenário de desigualdade, um grupo de jovens negros de Campinas busca transformar a realidade por meio de ações para impulsionar a inserção profissional da comunidade negra. Criada em 2020 por estudantes da Unicamp, a Unicamp Black Network (UBN) atua para promover equidade racial e formar lideranças negras.
Hoje, a UBN acompanha a trajetória profissional de cerca de 400 jovens e já colaborou para a contratação de pelo menos 100 profissionais. Uma dessas histórias é a de Joyce Evangelista, que encontrou apoio no grupo após enfrentar um momento de fragilidade em seu antigo emprego.



Com o objetivo de ampliar ainda mais essa rede de apoio e conectar talentos universitários negros às empresas, a Unicamp recebe nesta quarta-feira (4) o 4º Encontro com a Unicamp Black Network (UBN). O evento acontece no prédio da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), na Cidade Universitária, em Campinas.
A feira, com entrada gratuita, será realizada das 15h às 20h e reunirá representantes de 24 empresas de diversos setores. A inscrição está disponível neste link.
Além das oportunidades de networking e contato com processos seletivos, os participantes poderão usufruir de serviços gratuitos, como atualização de fotos para o LinkedIn e avaliação de currículos.
A proposta é preparar jovens negros para o ingresso no mercado de trabalho e ampliar a presença de profissionais negros em grandes corporações, promovendo mudanças efetivas nesse cenário ainda desigual.