A Azul Linhas Aéreas participa nesta quarta-feira (9) da segunda audiência do processo de recuperação judicial da empresa, aprovado há 40 dias pela Justiça dos Estados Unidos. A audiência será realizada no país norte-americano e está marcada para começar às 15h (horário de Brasília).
A empresa, que tem o principal centro de operações no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, entrou em maio com um pedido de proteção judicial sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA. Esse mecanismo permite que empresas endividadas continuem operando enquanto reestruturam suas dívidas com autorização da Justiça. A Azul busca eliminar um passivo estimado em US$ 2 bilhões.
Na primeira audiência, em 29 de maio, a Justiça americana aprovou o plano inicial de reestruturação e autorizou um financiamento emergencial de US$ 1,6 bilhão. A Azul informou que parte desses recursos será usada para abater dívidas e outra parte para manter as operações regulares. Também está prevista a devolução de cerca de 35% da frota, referente a aeronaves mais antigas que já estavam fora de uso.
Segundo a empresa, o plano aprovado contém 20 pedidos e não deve afetar as operações, clientes ou funcionários. A companhia também afirma que não haverá demissões e que a prioridade é garantir a continuidade dos voos, reequilibrar as finanças e gerar caixa.
A Azul informou ainda que o processo tem apoio de parceiros estratégicos como United Airlines, American Airlines, sua maior arrendadora de aeronaves (AerCap) e detentores de títulos.
O Ministério dos Portos e Aeroportos acompanha o caso e declarou acreditar na reestruturação, citando os exemplos recentes de empresas do setor que passaram por processos semelhantes, como Latam e Gol.
Nos últimos meses, a Azul enfrentou dificuldades operacionais, como suspensão de rotas e cancelamentos de voos. Em janeiro, a empresa já havia anunciado a renegociação de R$ 11 bilhões em dívidas com credores, buscando reequilibrar a estrutura financeira.