Um estudo da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, mostra que Campinas tem o segundo pior índice de casos de excesso de velocidade de motociclistas na América Latina.
Em setembro de 2024, o índice de desrespeito aos limites na metrópole chegou a 60%, ficando atrás apenas de Guayaquil, no Equador, onde a taxa foi de 84%.
No top-5 também aparecem a colombiana Cali, terceira colocada, com taxa de 59%; Córdoba, na Argentina, em quarto lugar com 57%; e Bogotá, na Colômbia, na quinta colocação com 47%. Ao todo, 30 cidades latinas foram mapeadas pela pesquisa.
A proporção de seis para cada dez motociclistas flagrados em infração, é mais do que o dobro registrado no mesmo período entre os motoristas de veículos leves, com índice de 27%; e dos veículos pesados, que foram 20%.
Segundo a pesquisa, coordenada pela Iniciativa Bloomberg para a Segurança Viária Global, as principais vítimas do excesso de velocidade foram os usuários vulneráveis – que incluem motociclistas, pedestres e ciclistas – e foram 80% dos casos fatais nos acidentes em setembro de 2024.
Para quem está diariamente na lida com a moto, os números precisam ser interpretados com cautela. É o caso do motoboy Edmilson, que trabalha sobre duas rodas há oito anos, e reclama que o estereótipo da imprudência não pode ser generalizado para toda a categoria.
Já para o motoboy Diego, a pressa dos motociclistas precisa ser compreendida, especialmente entre os que trabalham com os aplicativos de entrega de comida.
Em muitos casos, ganhar alguns minutos na agilidade do delivery ajuda a faturar pequenas gorjetas para o entregador ao final do dia.
Na opinião do presidente da Emdec, Vinícius Riverete, embora a pressa dos motociclistas seja compreensível, a consciência é o único caminho possível para a redução da letalidade no trânsito.
A pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP, Danielle Mayumi, afirma que embora os indicadores sinalizem uma tendência de alta, medidas recentes de educomunicação adotadas pela Emdec e pela Secretaria de Transportes de Campinas, tendem a apresentar um prognóstico positivo no longo prazo.
De acordo com a Emdec, dos 155 casos fatais no trânsito de Campinas em 2024, 84 mortes aconteceram em rodovias e 71 nas ruas e avenidas da cidade.