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Um dia após o incêndio que destruiu parte do Mercadão de Piracicaba, na madrugada de quarta-feira (23), os permissionários contabilizam os prejuízos causados com a perda total dos boxes e unem forças para o trabalho de reconstrução.
Em frente ao mercado, muitos dos comerciantes se abraçavam, na tentativa de consolar ao outro. O momento é difícil porque, além do sentimento de perda e representar o trabalho de uma vida inteira, alguns tocavam um legado de família.
Uma das comerciantes afetadas, a jovem Isabela Martinez, estima perdas que passam de R$ 1 milhão. Ela era dona de dois espaços no mercado, onde vendia produtos em conserva.
Outra proprietária de um comércio que foi totalmente destruído pelo fogo é Renata Paquer. Ela administrava o negócio que faz parte da história da família, repassado pelo pai. Apesar de ter perdido tudo, está confiante no trabalho de reestruturação do estabelecimento.

Nesta quinta-feira, a movimentação de trabalhadores da Prefeitura e Defesa Civil foi intensa no local. Eles realizavam a limpeza e também o rescaldo do que sobrou. Ainda não há expectativa de quando a limpeza na área queimada vá terminar. O incêndio, de grandes proporções, atingiu cerca de 25% do mercado, um total de 17 boxes, que ficaram completamente destruídos.
A Polícia Científica também esteve presente no Mercadão durante toda a manhã para realizar perícia. O perito usou um scanner 3D para fazer uma avaliação das causas do incêndio. O laudo deve ficar pronto em 30 dias.
Na tarde de quarta-feira (23), equipes do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo estiveram no local. Eles avaliaram que a estrutura da fachada, que é tombada historicamente, não foi afetada, apenas a parte interna.

Apesar dos estragos, 75% da estrutura do mercado não foi afetada. Essa área começou a ser reaberta nesta quinta-feira (24), para que os permissionários entrassem para pagar mercadorias e fizessem a limpeza.
A Associação dos Permissionários informou que a expectativa de abertura ao público, da parte não atingida pelo fogo, fosse na sexta-feira.
Também está prevista uma reunião entre os permissionários e a Prefeitura na segunda-feira (28), para discutir as tratativas sobre formas de auxílio para essas pessoas. O secretário de Agricultura e Abastecimento de Piracicaba, Maurício Perissinotto, falou sobre os próximos passos.
Inaugurado em 1888, o Mercado Municipal de Piracicaba é tombado como patrimônio cultural do município desde 1987. Com uma tradição que atravessa gerações, o espaço recebe cerca de 220 mil pessoas por mês e faz parte da identidade histórica da cidade.
