As empresas e cooperativas que administram o transporte público de Campinas já receberam R$ 33,3 milhões em multas da Administração Municipal. De acordo com a Emdec, os descontos foram feitos nos valores repassados nos últimos cinco anos, por viagens não realizadas, quebras e atrasos.
R$ 29,7 milhões foram descontados do subsídio repassado aos operadores do sistema convencional. Dos permissionários do sistema alternativo, os descontos na receita tarifária somam de R$ 3,6 milhões no período.
Segundo um levantamento do Grupo EP, Campinas registrou, em média, 2100 quebras de ônibus por mês em 2025. O mês com registro mais expressivo foi abril, com 3.179 veículos quebrados, seguido de maio, quando 2.858 carros do transporte coletivo apresentaram problemas, conforme dados da Emdec.
Neste ano, sete ônibus tiveram princípios de incêndio ou foram totalmente destruídos pelas chamas. Ninguém ficou ferido nessas ocorrências. O departamento de trânsito apontou que as multas buscam responsabilizar os operadores pelos prejuízos para os usuários do sistema.
O levantamento indica que, nos últimos cinco anos, até junho deste ano, foram mais de 96 mil autuações aplicadas aos operadores do sistema convencional – as empresas – e aos permissionários do sistema alternativo – as cooperativas.
Atualmente, o transporte público da metrópole é gerenciado por quatro empresas: VB Transportes em duas áreas, Expresso Campibus, Coletivos Pádova e Onicamp Transporte, e quatro cooperativas: Altercamp, Cooperatas, Cotalcamp e Coopcamp.
As multas aplicadas foram motivadas por faltas de veículos nas viagens, atrasos e desvios das rotas previstas. Outras 45 autuações por quebras contratuais, aplicadas aos operadores do sistema convencional, foram relacionadas à idade máxima da frota. O previsto é de 10 anos para carros convencionais e 15 anos para articulados.
Muitos dos problemas sofridos pelos usuários do transporte, como exemplo das constantes quebras dos veículos, estão relacionados à idade média dos carros. Desde o ano passado, a Emdec afirma que fará uma renovação da frota junto aos licitantes, mas as mudanças feitas até então refletiram em poucos efeitos práticos aos passageiros.
Em abril, 50 novos ônibus foram anunciados pelo Município. Até o momento, apenas 30 desses veículos estão em circulação. Na última semana, a Administração informou que outros 60 veículos seriam alugados para compor a frota ainda neste ano.
Dos veículos substituídos, 10 foram alugados pela Onicamp. Outros 20 que vieram da operação escolar de Paulínia começaram a rodar na VB 1, na região do Ouro Verde.
Mesmo sem ter cumprido a primeira “meta”, a prefeitura fez o anuncio no começo de julho que a Expresso Campibus vai locar os 60 ônibus zero quilômetro. A empresa, apesar de não ter a frota mais velha em idade, é a que tem a situação mais crítica de manutenção. A CBN Campinas apurou que pelo menos 30 já estão prontos na fábrica, que fica em Botucatu.