O julgamento do policial militar acusado de matar duas pessoas e ferir outras três durante um show sertanejo em Piracicaba foi remarcado para o dia 27 de agosto.
O crime aconteceu em novembro de 2022, no Parque Unileste, e terminou com a morte de Heloíse Capatto, de 23 anos, e Leonardo Cardoso, de 25. Outras três pessoas, entre 20 e 27 anos, também foram atingidas por tiros e sobreviveram.
O réu, Leandro Henrique Pereira, vai ser julgado por dois homicídios com qualificadoras e três tentativas de homicídio. O júri popular será realizado no Tribunal do Júri da cidade e deve ouvir as vítimas sobreviventes e testemunhas de acusação e defesa.
Esta será a sexta tentativa de realizar o julgamento. Duas das cinco tentativas anteriores foram adiadas por desentendimentos entre a defesa e o Ministério Público durante as sessões.
Após uma dessas confusões, os advogados do PM deixaram o plenário, e o juiz declarou o réu indefeso. O magistrado também determinou a abertura de um inquérito policial contra os defensores por desacato e adotou outras medidas administrativas. A defesa, então, acionou a Justiça e pediu a troca do juiz. O pedido foi aceito pelo Superior Tribunal de Justiça.
O caso também envolve outros dois policiais militares que estavam com o réu no dia do crime. Um deles, amigo do acusado, foi denunciado por prevaricação e por ajudar na fuga, mas fez um acordo com a Justiça e teve o caso arquivado. A esposa do PM, também policial, foi inicialmente absolvida, mas o Ministério Público recorreu da decisão.
Segundo a investigação, os tiros foram disparados após uma confusão na pista do evento. A Polícia Civil concluiu que houve um empurra-empurra e, na sequência, o PM sacou a arma e atirou. Já a defesa sustenta que ele reagiu a uma tentativa de desarmá-lo e nega que tenha feito todos os disparos. Um laudo particular foi anexado ao processo com essa versão.
A festa tinha alvará e contava com segurança particular, segundo a organização.