O Ministério Público de São Paulo denunciou seis policiais militares por crimes cometidos durante uma abordagem que resultou na morte de Gabriel Júnior Oliveira Alves da Silva, de 22 anos, em Piracicaba. O caso aconteceu em abril deste ano no bairro Vila Sônia.
De acordo com a denúncia, dois PMs abordaram Gabriel e outro jovem durante patrulhamento. A ação incluiu agressões ao rapaz e à esposa dele, que estava grávida. A investigação aponta que Gabriel foi baleado na cabeça ao tentar socorrer a mulher, que também teria sido agredida. O disparo foi feito a curta distância.
Ainda segundo o MP, após o tiro, os policiais tentaram alterar a cena do crime. Um deles teria recolhido pedras para alegar que foram arremessadas por Gabriel, numa tentativa de justificar a ação. A denúncia também inclui o caso de um advogado da OAB que acompanhava as investigações e foi intimidado por quatro PMs durante uma abordagem no bairro dias depois do crime.
Um dos policiais denunciados vai responder por homicídio duplamente qualificado e fraude processual. Outro é acusado de tortura. Os demais são denunciados por coação no curso do processo e violação de prerrogativas do advogado.
Dois PMs já estão presos preventivamente e quatro foram afastados das funções. A Corregedoria da PM também apura o caso.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou que não compactua com desvios de conduta e que todos os casos envolvendo mortes por intervenção policial são investigados com acompanhamento do Ministério Público e do Judiciário.