A reforma do Mercado Municipal de Campinas, o tradicional Mercadão, acumula sucessivos atrasos desde o anúncio oficial da obra em 2022. A mais recente promessa da Prefeitura é de que a entrega ocorra até o fim de julho deste ano — um novo adiamento após o prazo anterior, de junho, não ter sido cumprido.
A informação foi confirmada pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) nesta segunda-feira (14), em entrevista ao Estúdio CBN Campinas, durante as celebrações dos 251 anos da cidade.
“A obra será concluída agora em julho. O que falta é definir o cronograma da mudança dos permissionários da tenda provisória para o prédio”, afirmou o prefeito.
O Mercadão, inaugurado há 116 anos, passa por uma ampla reforma estrutural iniciada com atraso em julho de 2023. Inicialmente, o plano da administração municipal era concluir as intervenções em 12 meses, ou seja, até julho de 2024. No entanto, o cronograma mudou várias vezes desde o lançamento do projeto de revitalização, apresentado em novembro de 2022 e homologado em abril de 2023, com orçamento de R$ 6,1 milhões.
Ao longo dos últimos meses, a Prefeitura já chegou a prever a conclusão das obras para o fim de 2024 e depois para os 100 primeiros dias do segundo mandato de Dário. Em abril, o próprio prefeito havia declarado que a entrega seria feita em junho, o que novamente não se confirmou.
Segundo Dário, o principal motivo para a nova prorrogação está relacionado à complexidade da obra e à presença de 97 reformas internas que estão sendo feitas pelos próprios permissionários, além da intervenção da Prefeitura.
“A Prefeitura faz a obra geral: infraestrutura, troca de elétrica e hidráulica, instalação de elevadores, reforma do telhado. Mas há quase cem pequenas obras dentro do Mercadão, nos boxes dos comerciantes, que estão ocorrendo em paralelo”, explicou.
Outro fator que atrasou o andamento da reforma foi a necessidade de uma drenagem mais profunda do que a prevista inicialmente. Como o Mercadão está localizado em uma região alagadiça, as escavações para substituição do piso e da rede hidráulica revelaram lençol freático raso, exigindo adaptações técnicas não planejadas.
“Quem conhece a região sabe que ali é brejo. Tivemos que fazer uma drenagem diferente do que estava no projeto para garantir a estabilidade da obra”, disse Dário.
Desde o início da reforma, permissionários têm enfrentado dificuldades. Em dezembro de 2024, muitos relatavam queda nas vendas, calor intenso nas tendas provisórias, falta de espaço para armazenar mercadorias e ausência de estacionamento adequado. O novo atraso amplia a permanência nessa situação temporária.
A Prefeitura também anunciou que, após a mudança dos comerciantes para o prédio reformado, irá recuperar o asfalto ao redor do Mercadão, danificado pela instalação das estruturas provisórias.
Apesar dos atrasos, a administração municipal sustenta que a obra está na fase final. A expectativa é que, com a reabertura do espaço, o Mercado Municipal volte a funcionar em melhores condições e retome seu papel de polo comercial e turístico da cidade.
“Não é uma obra simples. Quem já reformou um banheiro em casa sabe. Imagine um prédio centenário, com cem boxes funcionando lá dentro”, resumiu o prefeito.