Os pais de um bebê de dois meses foram presos nesta terça-feira (8) após a criança ser encontrada morta dentro de casa no Jardim Paraíso de Viracopos, em Campinas (SP). O caso foi registrado como maus-tratos e abandono de incapaz, ambos seguidos de morte.
Além do bebê, viviam na casa outras quatro crianças — de 1, 2, 5 e 11 anos — em condições consideradas insalubres por vizinhos e familiares. O casal preso, uma mulher de 32 anos e um homem de 35, já possuía antecedentes criminais, segundo a Polícia Civil.
De acordo com o tio da mãe, Nilson Gomes Mota, foi o filho mais velho quem percebeu que a irmã não estava respirando e chamou os adultos.
“Foi o menino de 11 anos que viu que ela tava roxa, sem respirar”, contou.
Nilson também afirmou que os pais são usuários de drogas e que a situação da família já havia sido denunciada anteriormente.
Uma vizinha, que preferiu não se identificar, afirmou ter feito mais de 50 denúncias ao Conselho Tutelar nos últimos três anos, sem resposta. Ela relatou que chegou a cuidar das crianças, oferecendo abrigo, comida e banho.
“Fui atrás de tudo: Conselho, promotoria, ninguém ajudou.”, afirmou.
O Conselho Tutelar informou que acompanhava a família e que, nos relatórios mais recentes, a mãe havia apresentado melhora. A conselheira Eliete Alves explicou que, após o esgotamento das medidas de proteção, o caso foi encaminhado ao Ministério Público.
“Havia progresso nos atendimentos. Quando as medidas não surtiram mais efeito, a Promotoria foi acionada”, disse.
A avó paterna, Erenilda Cardoso, admitiu que a situação da família era precária há muito tempo.
O delegado Sandro Jonasson, responsável pela investigação, confirmou que os pais têm antecedentes criminais e agora vão responder pela morte da filha.
“É um caso de abandono prolongado, negligência grave. As crianças estavam expostas há muito tempo”, afirmou.
A mãe foi encaminhada ao anexo de carceragem feminina de Paulínia, e o pai, ao 2º Distrito Policial. As quatro crianças sobreviventes foram levadas para um abrigo e estão sob responsabilidade da rede de proteção social.