A Polícia Civil de Piracicaba realizou nesta quinta-feira (17) a segunda fase da Operação Jogo Duplo, que investiga o assassinato de um casal de empresários de Araraquara. O crime, que teve os advogados das vítimas como mandantes, ocorreu em abril deste ano e os corpos foram encontrados dentro de um carro, em uma chácara de propriedade do casal, em São Pedro.
Na operação, outras duas pessoas, de 60 e 39 anos, foram presas suspeitas de envolvimento nas mortes. As prisões ocorreram no município de São Carlos, onde também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços. Um terceiro suspeito também foi acionado pela Polícia, nesta quinta, para prestar depoimento.
De acordo com a investigação, o homem de 60 anos detido era cunhado de um dos outros participantes do assassinato, preso em 17 de junho, na primeira fase da operação. Ele também teria sido contratado para a execução do crime e ocultação dos corpos. Durante as buscas, os policiais apreenderam uma arma, que pode ser a usada nos assassinatos.
A polícia chegou até as duas outras pessoas envolvidas depois de analisar os celulares e computadores dos quatro presos na primeira etapa das investigações.
Relembre o caso
Em junho, a Polícia Civil realizou a primeira fase da Operação Jogo Duplo, que prendeu quatro pessoas suspeitas de envolvimento na morte de Rosana Ferrari, de 61 anos, e José Eduardo Ometto Pavan, de 69.
Segundo as investigações, os mandantes do crime seriam os advogados das vítimas. As mortes foram causadas por razões patrimoniais.
Durante a investigação, foram analisados processos em que os investigados representavam as vítimas e descoberto que o casal foi induzido ao erro, o que gerou o depósito de mais de R$ 2,8 milhões em despesas processuais que não existiam.
O casal saiu de Araraquara no dia 4 de abril para passar o fim de semana na propriedade da família, na serra de São Pedro.No caminho, os dois pararam em um sítio, também de propriedade do casal, na zona rural de São Pedro. Neste endereço, eles foram vistos pela última vez com vida acompanhados de um dos suspeitos de envolvimento nos assassinatos.
Na mesma data, à noite, a investigação apontou que o veículo foi levado para a chácara onde o casal passaria o fim de semana, com os corpos das vítimas dentro. Os corpos de Rosana e José Eduardo foram localizados somente no domingo (6), durante à noite.
Os advogados investigados falsificaram boletos para recolhimento de custas e despesas processuais, comprovantes de recolhimento e até uma decisão judicial. Sob a alegação de “proteção patrimonial”, os investigados se apropriaram de cerca de R$ 12 milhões em imóveis das vítimas. Após os desvios, os advogados investigados encomendaram a morte do casal.
Em junho, foram presos os advogados das vítimas, que possuem escritório na cidade de São Carlos. Também foram presos outros dois homens, na cidade de Praia Grande, que teriam sido contratados para a execução dos assassinatos.
Foi determinado o sequestro de bens dos advogados investigados e o bloqueio de contas bancárias de todos os investigados.