A Justiça determinou o bloqueio de bens do prefeito de Capivari, Vitor Riccomini (PL), em dois processos diferentes movidos pelo Ministério Público. Somadas, as decisões envolvem mais de R$ 7 milhões e apontam suspeitas de irregularidades em contratos da prefeitura. Em ambos os casos, cabe recurso.
No primeiro processo, o bloqueio é de R$ 4,8 milhões e envolve também a empresa Autoviação M.M. Souza Turismo. O MP afirma que dois negócios imobiliários firmados entre a prefeitura e a empresa beneficiaram indevidamente o pai do atual secretário de Segurança Pública da cidade. Segundo a Promotoria, a prefeitura concedeu um terreno público à empresa, avaliado em quase R$ 4,8 milhões, e, pouco depois, comprou outro imóvel da mesma empresa por valor semelhante. O local passou a abrigar a Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
O juiz responsável entendeu que há indícios de improbidade e determinou o bloqueio dos bens para garantir possível ressarcimento aos cofres públicos. A prefeitura afirma que não houve irregularidades e que a concessão foi feita em gestão anterior, por meio de licitação. A M.M. Souza não se pronunciou.
Já no segundo processo, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 2,5 milhões em bens do prefeito e de outras nove pessoas. A investigação aponta um suposto esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propina, com envolvimento da empresa EPPO, prestadora de serviços do município. A denúncia inclui transcrições de conversas entre os investigados, fotos de sacolas com dinheiro e indícios de “caixa dois” eleitoral.
O Ministério Público afirma que a empresa foi beneficiada com contratos e aditivos fraudulentos. A promotoria também pediu o afastamento do prefeito, mas a solicitação foi negada. Três ex-integrantes da administração foram afastados. A prefeitura afirma que os denunciados não fazem mais parte da atual gestão e que o contrato com a empresa já foi encerrado. Em ambos os casos, a administração afirma estar à disposição da Justiça.