Passados sete meses desde o anúncio da fusão entre Azul e Gol, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afirmou que as companhias aéreas ainda não formalizaram o pedido de análise da operação. A informação foi confirmada pelo órgão na noite desta sexta-feira.
Apesar disso, o acordo de compartilhamento de voos (Codeshare) entre as duas companhias entrou na pauta da sessão de julgamento do Cade marcada para a próxima quarta-feira (20).
A fusão foi anunciada em janeiro de 2025, quando o grupo Abra – controlador da Gol e da Avianca – assinou um memorando de entendimento com a Azul. A proposta prevê que as duas empresas mantenham marcas e certificados operacionais de forma independente.
Em nota, a Azul afirmou apenas que segue concentrada em seu processo de reestruturação, em andamento na Justiça dos Estados Unidos. O grupo Abra informou que não comentará as negociações.
No início do ano, a Gol destacou a investidores que o acordo representa a etapa inicial de negociação e não altera sua estratégia ou operações no dia a dia. Já a Azul afirmou que a combinação de negócios tem como objetivo ampliar destinos, rotas e conectividade no setor aéreo brasileiro.
Segundo a empresa, cerca de 90% das rotas das duas companhias são complementares, o que poderia resultar em mais opções para consumidores e na expansão da aviação no país.
A possível fusão depende da conclusão do processo de reorganização da Gol no âmbito do Chapter 11 — procedimento semelhante à recuperação judicial no Brasil — e de outras aprovações regulatórias.
A Gol ingressou com o pedido de reestruturação nos EUA em janeiro de 2024, para renegociar dívidas estimadas em R$ 20 bilhões. O processo foi concluído em junho deste ano. Em maio, a Azul também anunciou que passaria pelo mesmo procedimento.