No mês em que o Brasil celebra os 19 anos da Lei Maria da Penha, um grande avanço no combate à violência contra a mulher, o país ainda tem um longo caminho a percorrer na diminuição da ocorrência destes crimes.
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Campinas registra uma média de dois casos de violência por dia, contabilizados pelo sistema Disque 100.
No ano passado, a plataforma registrou 866 registros, um avanço de 14,5% na comparação com 2023, quando haviam sido 756 casos.
Números que deixam marcas que vão muito além da eventual marca física, como relata uma vítima que compartilhou a sua história sob condição de anonimato.
A presidente da Comissão de Combate à Violência contra a Mulher, da OAB Campinas, Fabia Bigarani, alerta para o grande número de formas de agressão.
Para o secretário nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, Mario Sarrubbo, o crescimento no número de registros de violência contra a mulher indica uma conscientização para a denúncia, e uma prevenção à forma mais grave: o feminicídio.
Em Campinas, de janeiro a agosto deste ano, foram 304 denúncias de violência contra a mulher contabilizados pelo sistema Disque 100.
No estado de São Paulo, pelo menos 1000 mandados de prisão devem ser cumpridos contra agressores de mulheres até o próximo dia 4 de setembro.
Três canais telefônicos recebem denúncias desse tipo: a Central de Atendimento à Mulher, pelo número 180; o Disque Direitos Humanos, pelo número 100; e a Polícia Militar, pelo 190.