O Tribunal do Júri de Limeira condenou nesta quarta-feira (6) um homem e uma mulher pela morte da filha de dois anos, crime ocorrido em setembro de 2023. O pai da criança foi sentenciado a 36 anos e 8 meses de prisão, enquanto a mãe recebeu pena de 33 anos e 4 meses. Ambos foram considerados culpados por homicídio qualificado.
A decisão reconheceu as qualificadoras de motivo fútil, meio cruel e feminicídio, já que a vítima era do sexo feminino e foi morta em contexto de violência doméstica. As penas foram agravadas ainda pela relação de parentesco, pela ação conjunta dos réus e pelo fato de todos residirem na mesma casa.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a menina e o irmão de quatro anos passaram a viver com os pais após a morte da avó, ocorrida cerca de 20 dias antes do crime. Entre os dias 27 e 28 de setembro, o casal teria consumido drogas e se irritado com o choro da filha, agredindo-a com golpes nas costas e apertando seu pescoço. O laudo necroscópico confirmou que a causa da morte foi asfixia por estrangulamento.
Testemunhas relataram ao MPSP que, na noite do crime, os pais foram encontrados embriagados e mantendo relações íntimas. Eles não compareceram ao velório da filha e foram vistos fazendo compras no centro da cidade enquanto a cerimônia acontecia.
Durante as investigações, a Promotoria descobriu no celular da mãe uma foto do corpo da criança registrada às 12h21 do dia 28 de setembro. Segundo o MP, a mulher deu versões contraditórias sobre a imagem, o que indicaria conhecimento prévio da morte e tentativa de simular uma posterior descoberta do corpo.