Imagine esta situação: um entregador de moto bate à porta de sua casa, avisa que lhe traz um presente dado por um anônimo, mas que só pode entregá-lo mediante o pagamento de uma taxa.
O detalhe é que a suposta tarifa só pode ser quitada com cartão de crédito. O golpista até anuncia um valor irrisório, que não corresponde à realidade.
Assim é o modus operandi do “golpe da maquininha”, um tipo de fraude cada vez mais comum aqui no interior de São Paulo.
Foi o que aconteceu com a aposentada Neusa Maria Gonçalves, que não gosta nem de lembrar do momento traumático que viveu. Ao tentar ajudar um vizinho, que era vítima do golpe, ela sofreu um prejuízo de R$ 5 mil.
Um caso ainda pior foi vivido por outra aposentada, que pediu para não ser identificada. A vítima conta que chegou a ser ameaçada com uma arma.
De janeiro a julho, foram 31 casos registrados no estado, quase o triplo das 11 ocorrências contabilizadas em 2024. Os números são dos processos movidos pelas vítimas contra as instituições financeiras, junto ao Tribunal de Justiça.
O advogado Jorge Victor Veiga orienta que, nesse tipo de golpe, já existe consenso para que os bancos ressarçam as vítimas da fraude.
Além do cuidado ao receber qualquer tipo de entrega em casa, uma outra orientação importante dos especialistas está na palma da mão, em seu celular.
Eles recomendam ativar as notificações dos aplicativos de banco, que alertam em tempo real qualquer tipo de movimentação financeira, seja uma compra no crédito ou no débito.
Quanto mais rápido uma cobrança indevida for identificada e reportada, maior é a chance de um bloqueio do cartão e o estorno do valor, para evitar transtornos ainda maiores.