Na era do PIX, dinheiro físico ainda resiste entre a população adulta em Campinas

Foto: Reprodução/Canva

Frases como: “Por acaso você tem troco pra 20?” ou “Você não consegue trocar esses 50 reais para eu pagar aqui não?” ficaram para a história de muitos brasileiros.

Foi se o tempo em que essa agonia fazia parte da hora de passar no caixa do supermercado, da padaria ou do açougue, não é mesmo?  

De acordo com o Banco Central, em fevereiro, 60% dos brasileiros utilizaram o PIX ao menos uma vez por mês. 

Segundo o Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV,  a média de uso foi de 32 operações por mês. 

No último dia 6 de junho, o Banco Central calculou o recorde de operações da plataforma, lançada em 2020. Foram 276 milhões e 700 mil transações, que movimentaram mais de R$ 135 bilhões. 

Mas é longe dos tokens, dos bits e bits da transmissão digital das informações do PIX que um grande público se mantém firme e forte no uso do dinheiro físico. 

Eles fogem da estatística, mas estão bem ali ao nosso lado durante uma caminhada simples pela tradicional Avenida Campos Salles, no centro de Campinas. 

Bem perto dali, a diarista Cármen Lúcia abotoa a carteira na saída da lotérica, onde pagou algumas contas.  

Enquanto dobra os boletos, ela conta que a experiência de tatear o próprio dinheiro é uma experiência simples para quem não tem intimidade com a tecnologia. 

A diarista Paula, por exemplo, está no meio termo. Ao mesmo tempo que põe o papo em dia com a Verônica, que mantém uma banca de salgados na avenida, já tira as duas araras e uma garça que vão completar o passe para a semana no Bilhete Único. Sabe o que tem na carteira e quanto vai gastar. 

Mas certeza mesmo a gente tem é de que o dinheiro físico proporciona interação humana. A dona Célia, por exemplo, arrasta o zíper da carteira com a certeza de quem vai encontrar uma arara vermelha, a nota de 10 reais, para pagar um cafezinho e um pão de queijo. 

Para o professor de Economia da PUC-Campinas, Eli Borochovicius, a sensação de insegurança pode ser trabalhada com novos mecanismos de segurança. 

Ele acredita que novos mecanismos vão ser a próxima evolução do sistema de pagamentos. 

Para o professor de economia, o PIX representa um avanço sem precedentes na democratização do acesso ao sistema financeiro. 

Entre os comerciantes, enquanto os diferentes públicos se adaptam a novas formas de pagar as compras, resta diversificar a quantidade de opções de pagamento. 

Instalada em frente a uma lotérica, a banca de salgados da Verônica, é o melhor exemplo de como o PIX vem ganhando espaço, mas todas as formas de pagamento seguem vivas. 

Bem ali, ao lado da banca, também está o quiosque de acessórios para celular do Seo Oseias.  

Apesar de também aceitar todas as formas de pagamento, ele não esconde a preferência pelo PIX, a opção mais vantajosa quando o assunto são as taxas de operação, que não existem. 

De acordo com o Banco Central, a média de transação paga com PIX no Brasil é de R$ 119. Já na região Sudeste, o índice é um pouco mais alto, está na casa dos R$ 208. 

E você, quantos pagamentos com PIX já fez hoje? 

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