A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta quinta-feira três operações simultâneas contra o crime organizado na cadeia de combustíveis. As investigações revelam movimentações ilícitas que ultrapassam R$ 52 bilhões em todo o país.
Pela PF, as ações foram batizadas de Operação Quasar e Operação Tank, com foco em lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e fraudes na comercialização de combustíveis. Já a Receita Federal atua na Operação Carbono Oculto, voltada à sonegação fiscal, ocultação de patrimônio e infiltração no sistema financeiro nacional.
Segundo a Receita, cerca de 1.000 postos de combustíveis ligados ao grupo movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. Uma fintech usada como “banco paralelo” pela organização movimentou sozinha R$ 46 bilhões, fora do alcance dos órgãos de controle. Pelo menos 40 fundos de investimento foram usados para esconder bens e lucros do crime.
A PF identificou fraudes como adulteração de gasolina e “bomba baixa” em 46 postos de Curitiba. Já a Receita aponta uso de metanol para fabricar combustível adulterado, além de importações simuladas e sonegação de mais de R$ 8,6 bilhões em tributos.
As operações envolvem mandados em oito estados e bloqueios de bens que somam mais de R$ 2 bilhões. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional também entrou com ações judiciais para garantir o ressarcimento dos cofres públicos.
As ações miram todos os elos da cadeia: da importação e distribuição até a lavagem de dinheiro por meio de fintechs e fundos de investimento. O objetivo é desestruturar financeiramente o esquema e responsabilizar os envolvidos.