Tarifaço, clima e orçamento curto mudam hábitos dos consumidores da Ceasa Campinas

Foto: Kevin Kamada/CBN Campinas

Uma semana depois da entrada em vigor do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alguns comerciantes da Ceasa Campinas lamentam a especulação gerada pela decisão extrema do governo norteamericano. 

O gerente comercial João Luiz Zagorreta, que trabalha em um atacado de frutas, reclama que a especulação em torno do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contribui para a incerteza do cliente do mercado atacadista. 

A sensação de incerteza contrasta justamente com a leve redução de preços vista na semana entre 4 e 11 de agosto. 

De acordo com o índice de preços “Sacolômetro”, da Ceasa, as frutas brasileiras registraram uma queda de 11,1%, em média, no período. 

Quem procura pelo morango, por exemplo, encontra o quilo do produto a R$ 20,83, uma impressionante queda de mais de 34% na comparação com a semana móvel anterior. 

Já o mamão formosa é encontrado a R$ 3,75 o quilo, com uma marcante queda de quase 32%. 

Na contramão, a banana nanica, o melão amarelo e o limão Tahiti registraram alta no mesmo período. 

Entre as verduras, o Sacolômetro sinaliza para uma tendência de estabilização nos preços, com leve queda de 2,2% na semana entre 4 e 11 de agosto. 

Mas a queda de preços ainda não se reflete no movimento de muitos boxes. O diretor de uma loja, Felipe Rossi, aponta queda nas vendas ao longo das últimas semanas, em razão do orçamento mais curto dos clientes. 

Segundo ele, o prejuízo semanal médio chega à casa de 12 toneladas para produtos como a batata e a cebola, que deixam de ser comercializados. 

Já o comerciante Rodolfo Salomão aponta que o clima é um fator de vigilância para a decisão dos preços, mas lamenta a elevação dos preços de alguns produtos, que tornam difícil manter a margem de lucro. 

O administrador de um outro box, Gledson Rovere Ferraz, observa que os hábitos de compra têm buscado ser mais flexíveis para fazer caber no orçamento. 

É o que percebemos no caso do Nilton Domingos, motorista de uma cozinha industrial que fornece, diariamente, duas mil marmitas em Hortolândia. 

Com três coletas semanais na Ceasa, ele observa que o mercado atacadista ainda preserva um preço mais competitivo do que um supermercado comum. 

Outro levantamento divulgado nesta semana foi a rodada do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do Brasil e medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Em julho, o indicador recuou 0,26% com destaque para o grupo Alimentação e Bebidas, que também teve marcação negativa, em 0,27%, com a diminuição de produtos como batata-inglesa, cebola e arroz. 

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