O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira (19) que não tem interesse em ir aos Estados Unidos para passear. A fala foi uma resposta ao fato do governo americano ter dado um visto com restrições severas para que o titular da pasta possa participar de uma conferência das Nações Unidas em Nova Iorque.
O ministro deu a entender que vai viajar mesmo com as restrições, e disse que esses encontros são momentos para fazer reuniões bilaterais com representantes de outros países e que permitem novos acordo. Ele criticou a decisão do governo Trump, cutucando também o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com a decisão do governo, Padilha só vai poder transitar em uma área equivalente a até cinco quarteirões de onde estiver hospedado e deverá seguir os trajetos entre o hotel, a sede da ONU e representações do Brasil ligadas ao organismo. As restrições são severas das que costumam ser impostas a representantes de países como Síria, Rússia e Cuba. Isso impede, segundo o ministro, de participar de uma reunião na Organização Pan-Americana da Saúde, que vai acontecer em Washington logo após a assembleia na ONU. As cidades ficam a 360km de distância.
Usando exemplos da área da saúde, Padilha disse que os Estados Unidos querem boicotar o Brasil porque o país trava uma batalha contra o negacionismo, citando decisões norte-americanas de suspensão de calendários de vacinação e outras medidas de imunização.
Depois disso ele voltou a falar sobre a saúde pública. O ministro Alexandre Padilha veio a Campinas como parte das comemorações dos 35 anos do Sistema Único de Saúde e dos 60 anos do Departamento de Saúde Coletiva da Unicamp.




