A chamada transição demográfica explica a mudança de comportamento entre as gerações sobre a decisão de ter ou não ter filhos. Dados analisados pela Fundação Seade mostram que, no estado de São Paulo, a decisão de ter menos filhos ou não ter, vem aumentando. Segundo a pesquisa, o número recente de nascidos vivos é o menor em 25 anos.
No ano 2000 nasceram vivos quase 700 mil paulistas. Mas esse número foi caindo de forma gradativa: em 2009, foi registrada uma queda de 15% na natalidade em comparação com o ano 2000. Após uma recuperação em 2014, o número voltou a cair e chegou a quase 471 mil nascidos vivos no ano passado, equivalente a 32% menos que em 2000.
O casal Paula e Nelson Vieira são um exemplo desse indicador. Eles começaram a namorar em 1993. Casados há 27 anos, optaram por não ter filhos. Realizar projetos pessoais e profissionais foram fatores que eles consideraram para a decisão.
Na região administrativa de Campinas, que inclui 90 municípios, os dados indicam uma queda um pouco menor: foi de cerca de 91 mil bebês em 2000 para quase 73 mil no ano passado, o que equivale a 20% a menos. Quem detalha é a coordenadora do Núcleo de Estudos de População da Unicamp, Gláucia Marcondes.
O indicador mostra que famílias grandes, com cinco filhos, por exemplo, são cada vez mais raras. A família do empresário Adriano Turini faz parte dessa exceção.
Ainda segundo a especialista, fatores como maior escolaridade, participação das mulheres no mercado de trabalho e o custo das famílias mais numerosas tem causado essa mudança.