Uma pesquisa de dados do Atlas da Radiologia no Brasil revela que o exame de imagem é um dos mais difíceis de conseguir no Sistema Único de Saúde.
Para os raios-x, por exemplo, no Estado de São Paulo são quase 15 equipamentos para cada 100 mil usuários do SUS. Já na rede particular são quase 24 aparelhos.
A situação é parecida com os exames de ultrassonografia e mamografia, sempre com muito mais equipamentos para o atendimento privado.
E no caso da ressonância magnética, a disponibilidade no SUS é menos da metade do que a encontrada na rede particular. No sistema público, é 1 equipamento para quase 3 no privado.
Em Campinas, a aposentada Solange Guimarães Lemes diz que esperou sete anos por um exame de ressonância magnética. Neste período, as dores no joelho foram só piorando. Ela só conseguiu fazer o exame na rede pública de Campinas depois que marido acionou a ouvidoria da prefeitura – o também aposentado Fernando Lemes.
A ressonância magnética é um exame de imagem usado para diagnosticar tumores, lesões, inflamações, infecções e doenças neurológicas, ortopédicas e abdominais.
Dados mostram que, de todos os equipamentos voltados para exame de imagem analisados, os de ressonância magnética contam com a menor disponibilidade no SUS. Dos 844 aparelhos existentes no Estado de São Paulo, em 2024, apenas 319 estavam disponíveis. Destes, 312 estavam de fato em uso.
Para o médico Rubens Chojniak, a demora na realização do exame prejudica o tratamento dos pacientes.
Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que não foi registrado um tempo de espera de sete anos para a aposentada Solange conseguir fazer a ressonância. De acordo com a prefeitura, houve um agendamento em 2017 e depois uma nova solicitação no fim de 2023 e o exame foi feito em 2024.
A prefeitura também informa que as vagas para esse tipo de exame são feitas priorizando casos de urgência e emergência e que o SUS recebe quase 1.300 solicitações por mês para esse exame.
- com informações da EPTV Campinas