O grupo Abra, controlador da Gol Linhas Aéreas, comunicou o fim do acordo de compartilhamento de voos com a Azul Linhas Aéreas, encerrando também as tratativas de fusão entre as duas empresas.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira, e marca o encerramento de uma parceria iniciada em maio de 2024, que tinha como objetivo ampliar a conectividade no mercado doméstico.
Segundo o grupo, a decisão foi motivada pela falta de avanços nas negociações, mesmo após a assinatura de um memorando de entendimentos em janeiro de 2025. A Abra afirmou que, apesar de estar aberta ao diálogo, não houve discussões significativas entre as partes. O cenário atual, diferente do momento em que o acordo foi firmado, também influenciou na decisão.
O acordo de voos compartilhados, conhecido como codeshare, permitia que Gol e Azul vendessem passagens em voos operados pela outra companhia, integrassem suas malhas aéreas e programas de fidelidade. A Gol garantiu que vai honrar os bilhetes já vendidos dentro da parceria.
No início de setembro, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que o contrato de codeshare deveria ser notificado ao órgão em até 30 dias. Até a conclusão da análise, as empresas estavam proibidas de ampliar as rotas incluídas no acordo. Caso o prazo não fosse cumprido, o contrato seria suspenso automaticamente, mantendo apenas as passagens já emitidas.
O Ministério de Portos e Aeroportos acompanhou a decisão e reforçou que o setor aéreo brasileiro segue em crescimento, com aumento na demanda por voos nacionais e internacionais. A pasta destacou que o país continua com três grandes companhias aéreas — Gol, Azul e Latam — o que garante competitividade e mais opções para os passageiros.
A Gol concluiu recentemente o processo de reestruturação internacional, conhecido como Chapter 11, e segue em expansão. A Azul também está em fase de reorganização.
O aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas, segue como principal hub de operação da Azul Linhas Aéreas.
Em nota, a empresa reafirma que está em processo de fortalecimento da estrutura de capital, e que vai manter acionistas e o mercado informados de eventuais desdobramentos relevantes relacionados ao encerramento das discussões comerciais com a Gol.