Mais um gato morreu depois de passar por uma cirurgia de castração gratuita oferecida pela Prefeitura de Mogi Guaçu. Com isso, já são oito animais que perderam a vida após os procedimentos realizados no dia 16 de setembro por uma empresa terceirizada contratada pelo município.
A gata Ravena, de seis meses, foi a última vítima confirmada. Segundo a tutora, o animal passou mal logo após a cirurgia e precisou ser reanimado. Em casa, não se alimentava e nem brincava. A família a levou para uma clínica particular, onde ficou internada por dois dias. Exames de imagem mostraram acúmulo de líquido no abdômen, baço rompido e fígado comprometido. Mesmo com atendimento, Ravena morreu na madrugada de domingo (21), cinco dias após a operação.
A mesma tutora contou que levou outros dois gatos para a castração naquele dia. Flor, também de seis meses, não resistiu e foi entregue morta à família ainda na data do procedimento. O terceiro animal, de um ano, sobreviveu e não apresentou problemas. Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Seccional da cidade.
Investigações em andamento
A Secretaria de Bem-Estar e Defesa Animal informou que necropsias estão sendo realizadas para apurar as causas das mortes. O resultado deve ser divulgado até o fim desta semana. A pasta afirmou ainda que pediu à empresa contratada para dar suporte aos tutores e que o lote de medicamentos usados nas cirurgias será encaminhado para análise junto ao fabricante.
Segundo a própria secretaria, o programa de castração tem como objetivo o controle da população de cães e gatos em Mogi Guaçu. Mais de 150 procedimentos haviam sido realizados dentro do mesmo contrato, sem registro de complicações.
A empresa responsável disse que está acompanhando os casos e que vai repassar todas as informações necessárias à prefeitura. Informou também que os medicamentos utilizados não serão aplicados novamente até a conclusão da investigação. Na última sexta-feira (19), a Prefeitura anunciou o cancelamento do contrato com a prestadora de serviços.
Relatos de tutores
A dor das famílias tem se transformado em cobrança por respostas. A tutora Ingrid Lays Rosa contou que recebeu as gatinhas de volta após a cirurgia com a informação de que elas ainda estavam sob efeito da anestesia. Horas depois, uma delas já estava morta. Ela relatou que os animais eram saudáveis e que estranhou a demora na entrega, além de ouvir no local que outros tutores também estavam perdendo os bichos.
Outra moradora, Marina Fernandes, levou três gatos para o procedimento: uma fêmea adulta e seus dois filhotes. Apenas a mãe sobreviveu. Quem foi buscar os animais foi a professora de educação especial Ana Paula de Almeida, que relatou ter recebido a notícia das mortes de forma rápida, sem mais explicações. Segundo ela, o documento entregue pela equipe dizia apenas que os gatos apresentaram problemas respiratórios. De campinas Lucas Neri