A operação Nexus Aliciae, realizada nesta quarta-feira (3) pela Polícia Federal, identificou que os principais envolvidos em coagir pessoas para transportar drogas por aeroportos brasileiros para a Europa eram mulheres. Ao todo, foram apontadas cinco pessoas responsáveis por encontrar transportadores das drogas e organizar a logística das viagens; quatro eram mulheres.
O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, era uma das rotas usadas pela quadrilha para fazer o embarque para o exterior com as drogas ingeridas em cápsulas. De acordo com a PF, os transportadores dos entorpecentes recebiam até R$ 30 mil por viagem. Foram identificadas 17 pessoas que faziam esse transporte.
Nesta quarta, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão, em Fortaleza e Caucaia, no Ceará, e Alvorada, no Rio Grande do Sul. De acordo com a PF, a principal líder estava no Rio Grande do Sul e foi presa. No Ceará, a outra envolvida não foi encontrada e está foragida.
A Justiça também autorizou o bloqueio de bens e valores dos investigados. Durante as buscas, foram apreendidos celulares, tabletes e computadores dos envolvidos no tráfico, que devem apontar outras ramificações do esquema.
A investigação teve início após a prisão de uma transportadora no Aeroporto Internacional de Viracopos, em setembro de 2023. Ela tentava embarcar para Paris com cápsulas de cocaína ingeridas.
Além do aeroporto de Campinas, o grupo atuava pelos terminais aéreos de Guarulhos, Fortaleza e Corumbá. Ao todo, oito flagrantes foram registrados desde 2022, com prisões no Brasil e no exterior.
Os investigados vão responder por tráfico internacional de drogas e organização criminosa. As penas podem ultrapassar 35 anos de prisão.