Alguns tipos de comentários feitos nas redes sociais podem esconder crimes e, por isso, a Polícia Federal tem monitorado perfis em várias plataformas na internet.
Recentemente, um adolescente de 15 anos, morador de Vinhedo, foi apreendido com dois celulares onde armazenava imagens de abusos sexuais de crianças.
A notícia da ação policial gerou manifestações nas redes sociais. Entre os comentários, perfis disseram também ter acesso a conteúdo sexual com menores de idade. Um usuário publicou: “eu tenho, só que, diferente de outras pessoas, não fico compartilhando”. Um dos perfis comentou dizendo: “eu tenho vídeos desses faz uns três anos”.

Estela Beraquet é a delegada coordenadora do Grupo de Combate a Crimes Contra Direitos Humanos da Polícia Federal, em Campinas. Ela explica que usuários de plataformas digitais podem ser investigados caso a Justiça determine quebra de sigilo dos dados. Uma das estratégias da PF é usar o setor de inteligência para identificar quem comete os abusos contra crianças.
Se, de um lado, as redes sociais proporcionam diversão e facilitam o acesso ao ensino, por outro, também acabam deixando crianças e adolescentes mais vulneráveis. Uma jovem de 21 anos, que teve a identidade preservada, mostrava conteúdos criativos na internet, mas depois da perseguição de um usuário, desativou todos os perfis que usava.
A advogada Marcela Nakashima explica que pessoas prejudicadas no mundo digital podem buscar a penalização dos responsáveis.
A rede social TikTok informou que modera continuamente conteúdos sobre exploração infantil. Comentários que violam as diretrizes da comunidade são removidos.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado alerta que a exposição de crianças e adolescentes na internet exige atenção redobrada dos pais e responsáveis. Ressaltou que o diálogo constante sobre segurança digital também é essencial nesse contexto. Informou ainda que a Polícia Civil atua monitorando redes e plataformas. As denúncias podem ser feitas pelo disque 100 ou diretamente nas delegacias.