A Receita Federal e a Polícia Federal deflagram nesta quarta-feira (10) a Operação Quimera Fiscal, que investiga um esquema de compensações tributárias fraudulentas que já causou prejuízo de mais de R$ 244 milhões aos cofres públicos.
A ação cumpre quatro mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santana de Parnaíba, São Bernardo do Campo e Porto Alegre, em endereços ligados ao principal suspeito. Ele teria usado cinco CPFs diferentes para aplicar as fraudes.
O esquema envolve 187 contribuintes de 65 cidades em 14 estados. Só em Valinhos, foram R$ 1,2 milhão em compensações indevidas. Vinhedo aparece com R$ 231 mil, Piracicaba com R$ 41 mil, Socorro com R$ 57 mil e Jundiaí com quase R$ 10 mil.
Segundo a Receita, a falsa consultoria tributária usava documentos manipulados e ações judiciais como fachada para convencer empresas a aderirem ao golpe. Os valores pagos pelos serviços chegavam a 70% dos tributos compensados ilegalmente e eram usados para comprar imóveis e bens de luxo, inclusive no exterior.
A fraude continuou mesmo após a Operação Ornitorrinco, realizada em março de 2024. A Receita alerta que contribuintes que caem nesse tipo de golpe podem ter o patrimônio bloqueado, sofrer multas e responder por crime contra a ordem tributária.
A orientação é que empresas e pessoas físicas desconfiem de propostas milagrosas de economia tributária e denunciem à Ouvidoria da Receita Federal, pelo site Fala.br.
O nome da operação faz referência à criatura mitológica “quimera”, que mistura partes de diferentes animais e representa algo ilusório — como o esquema investigado, que combina elementos reais com falsificações para parecer legal.