No começo da manhã ou no início da noite, o problema se repete há anos.
O alto fluxo nos dois sentidos do Anel Viário (Rodovia José Roberto Magalhães Teixeira), em Campinas, já se transformou em certeza de dor de cabeça para o motorista que passa por aqui. Em média, são 35 mil veículos por dia em cada sentido.
O problema é mais crítico no trecho de 12 quilômetros entre a Rodovia Dom Pedro I e o trevo de acesso à Rodovia Anhanguera (SP-330).
Carros de passeio e caminhões disputam espaço, e colecionam exemplos de imprudência nas ultrapassagens, com excesso de velocidade e costuras arriscadas.
A reportagem da CBN Campinas registrou diversos flagrantes de negligência dos motoristas que desafiam a frenagem antes e depois dos radares instalados nos quilômetros 1 e 5, na pista sentido Valinhos.

O Giovani trabalha como lavador em uma estética automotiva na altura do bairro Gramado e reclama dos congestionamentos frequentes no trecho, e denuncia a imprudência diária de quem está com pressa.
Já o empresário Wilson Marques trabalha em Valinhos e pega diariamente o Anel Viário o sentido Dom Pedro e diz que o tempo de congestionamento aumenta diariamente.
Quem trabalha e mora nos bairros no entorno da rodovia testemunha diariamente os engarrafamentos diários nos horários de pico. É o que nos conta o Fernando, frentista que trabalha em um posto de combustíveis no início da Rua Campos Salles, em Valinhos.
Se a principal via do trecho está congestionada, os bairros acabam se tornando alternativa para cortar caminho.
O Antônio mora no Jardim das Andorinhas e usa diariamente a bicicleta para ir trabalhar em Valinhos. Testemunha diária dos congestionamentos, ele diz que a negligência dos motoristas é muito frequente.
Problema conhecido e antigo
Há oito anos, um estudo desenvolvido pela Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) para a elaboração do Plano Viário de Campinas já mapeava o problema do trânsito lento nos horários de pico, no quilômetro 2 Norte, no trevo do Anel Viário com a Rodovia Dom Pedro I.
O documento também apontava problemas com a conectividade com a malha urbana e a variedade de movimentos e percursos para fazer o itinerário entre a rodovia e as áreas urbanas.
Projeto sem execução
Nós procuramos a Rota das Bandeiras para questionar a promessa de construção da terceira faixa no Anel Viário.
O gerente de Obras da concessionária, Rodrigo Lemos, declarou que a companhia decidiu ampliar o projeto, que previa inicialmente oito quilômetros de vias marginais.
A nova faixa de rolamento, entre os km 0 e 12 da Magalhães Teixeira, deve demorar mais dois anos, a partir do primeiro semestre de 2026. A Rota das Bandeiras alega aguardar pela autorização da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).
A quem cabe fiscalizar as infrações na rodovia?
Sobre a imprudência denunciada pelos ouvintes e testemunhada pela CBN Campinas, a Rota das Bandeiras se posicionou por meio de nota.
A concessionária afirma que a fiscalização de trânsito compete à Polícia Militar Rodoviária, que mantém um agente dentro do Centro de Controle Operacional para autuar motoristas por meio das câmeras de monitoramento.
A Rota das Bandeiras alega que as duas etapas de prolongamento da estrada, primeiro até a Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) e, depois, até a Rodovia Miguel Melhado Campos (SP-324), favoreceu o desenvolvimento e explicaria o aumento de tráfego observado na região.
Quando a obra será autorizada?
Também procuramos a Artesp, para saber como está o andamento da análise do projeto técnico, mas não obtivemos retorno.