TCE-SP suspende Programa Escola Cívico-Militar em São Paulo

Foto: Divulgação/TCE SP

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) determinou nesta quarta-feira (3) a suspensão do Programa Escola Cívico-Militar, criado pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). A decisão aponta falhas graves na implantação da iniciativa, como:

  • uso de recursos da Educação para pagamento de policiais militares, o que configuraria desvio de finalidade;
  • ausência de estudos prévios de impacto orçamentário e financeiro;
  • falta de planejamento com metas e indicadores de desempenho;
  • incompatibilidade com a Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

A medida atende a uma representação apresentada pelo Coletivo Educação em 1º Lugar, formado pela deputada federal Professora Luciene Cavalcante (PSOL), pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) e pelo vereador Celso Giannazi (PSOL).

Em agosto, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) havia liberado a retomada do processo seletivo para contratação de policiais militares e monitores que atuariam em 100 escolas da rede estadual. Agora, com a decisão do TCE, o programa fica novamente paralisado.

Entre as determinações do tribunal estão:

  • suspensão imediata da execução do programa;
  • proibição do uso de recursos da Secretaria da Educação para custear policiais militares;
  • análise da regularidade das despesas já realizadas;
  • possibilidade de responsabilização de agentes públicos que autorizaram gastos considerados irregulares.

A Secretaria Estadual da Educação informou que ainda não foi notificada oficialmente.

Em abril passado, o Governo de São Paulo divulgou a lista de escolas que adotariam o modelo cívico militar. Na região, seriam 11 unidades divididas em nove cidades. Em Campinas, estavam listadas a Eliseu Narciso Reverendo, no DIC 3, e a Professor Messias Gonçalves Teixeira, no Jardim Nova Aparecida.

O que diz a lei

O programa foi instituído pela Lei Complementar nº 1.398/2024, que previa gastos de R$ 7,2 milhões para pagamento de policiais militares. Segundo a representação, essas despesas comprometem o orçamento da educação pública e ferem a legislação vigente. Para que o programa seja retomado, o governo estadual deverá apresentar ao TCE-SP:

  • estudos de impacto financeiro;
  • planejamento detalhado;
  • definição de metas e indicadores;
  • comprovação de compatibilidade com a Constituição e com a LDB.
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