A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estuda a transformação da área da saúde em uma autarquia vinculada à Secretaria Estadual da Saúde. A proposta que é discutida há mais de 15 anos, ganhou força recentemente após reunião entre o governador Tarcísio de Freitas e uma comitiva da instituição.
Atualmente a universidade destina mais de R$ 1 bilhão por ano do orçamento próprio para manter hospitais e serviços de saúde. A mudança busca aliviar esse peso financeiro e abrir espaço para a criação de novos cursos e aumento de vagas. O modelo já é adotado pela USP e pela Unesp, que mantêm estruturas de saúde com autonomia administrativa e orçamentária.
De acordo com a Unicamp, o governador Tarcísio de Freitas autorizou a elaboração de estudos técnicos, com prazo de 45 dias para apresentação da primeira proposta. A expectativa é que a transição ocorra de forma gradual, em um período de até dez anos.
Para o diretor executivo da Área da Saúde (Deas) da Unicamp, Luiz Carlos Zeferino, transformar a Unicamp em autarquia é um avanço no atendimento hospitalar que segundo ele está estagnado há anos.
Ainda de acordo com o diretor, a Unicamp é hoje a universidade estadual paulista que oferece o menor número de vagas, o que reforça a necessidade de encontrar alternativas para crescer.
Durante esse processo, a Unicamp pretende expandir a atuação em áreas estratégicas como engenharia, tecnologia, medicina e inteligência artificial.
Entre os pontos em debate estão os impactos acadêmicos e sociais da mudança, a possibilidade de maior eficiência administrativa e os riscos de aumento de burocracia. Também estão em análise os efeitos sobre a transparência das decisões e o envolvimento da comunidade acadêmica no novo modelo de gestão.