O Governo do Estado atualizou os números de possíveis intoxicações por metanol em São Paulo. Foram confirmados 44 casos, com 10 ainda em investigação e sete mortes registradas. Outros 443 casos foram analisados e descartados. Em Piracicaba, uma morte suspeita segue sob apuração.
Enquanto isso, a fiscalização continua. Ontem, durante patrulhamento no Jardim Maria Antônia, em Sumaré, a Polícia Militar encontrou centenas de garrafas em uma casa. Um homem foi preso em flagrante e confessou que armazenava bebidas falsificadas. Segundo os policiais, os lacres e selos também eram falsos, como conta o cabo Leandro Siqueira
A quantidade de apreensões na região cresceu nos últimos anos. Em 2023, foram encontrados apenas 128 litros de bebidas adulteradas. No ano passado, esse número saltou para quase 9 mil litros. Só nos oito primeiros meses de 2025, a polícia apreendeu mais de 4.700 litros. O número de ocorrências também aumentou: foram 11 em 2024 e 18 até agosto deste ano, um crescimento de 63%.
Dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação pela CBN Campinas mostram que, em 2025, o Deinter 9, na região administrativa de Piracicaba, apreendeu 6.019 garrafas em operações realizadas pelo DEIC e delegacias de Americana, Limeira e São João da Boa Vista. Em 2024, apenas uma operação foi registrada nessa última cidade, com 40 garrafas apreendidas. Já o Deinter 2, que abrange a região administrativa de Campinas, teve 42 operações em 2025, contra 16 no ano anterior.
Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação, a adulteração de bebidas já vinha crescendo antes dos casos de intoxicação por metanol. A região de Campinas se tornou o segundo maior polo desse tipo de crime no estado, atrás apenas da Grande São Paulo.
Rodolpho Ramazzini, diretor da ABCF, afirma, porém, que os números podem ser ainda maiores.
A queda na fiscalização da produção de bebidas no país também abriu espaço para a atuação de organizações criminosas. Rodolpho afirma que a situação piorou desde que foi desfeita uma força-tarefa da Receita Federal que monitorava a produção de bebidas no Brasil.
Nos casos de intoxicação, Jundiaí teve uma morte confirmada. Em Limeira, um paciente que bebeu um destilado contaminado ficou internado, mas teve alta no começo do mês.




