Uma biofábrica capaz de produzir 190 milhões de mosquitos por semana, modificados com a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão da dengue. Em Campinas, o local teve inauguração oficial nesta quinta-feira (2), mas ainda precisa de autorização da Anvisa para funcionar. De acordo com a direção da Oxitec, o pedido foi feito em março deste ano, mas não há previsão de retorno.
Diante da modificação genética, o mosquito Aedes aegypti fica impedido de transmitir os vírus de arboviroses, como, além da dengue, chikungunya, zika e febre amarela.
O projeto foi testado em vários países, como Indonésia, México e Colômbia, todos apresentando bons resultados diante da queda dos casos de infecções.
A bactéria Wolbachia é natural e comumente encontrada em insetos. Quando inserida em laboratório no mosquito, habita as células e é transmitida pela mãe aos descendentes.
Ao serem soltos, se o macho com Wolbachia acasalar com uma fêmea sem a bactéria, os filhotes morrem. Já se o macho sem a bactéria acasalar com uma fêmea com Wolbachia, os filhotes nascem com a modificação genética.
Em um dos pilotos do estudo pelo mundo, na Indonésia, a introdução do mosquito geneticamente modificado apresentou eficácia na redução da incidência da doença – sendo 86% menos hospitalizações entre pacientes infectados e 77% na redução de incidência nas comunidades. O resultado foi semelhante em quatro sorotipos.
O projeto irá vender caixinhas com ovos, que poderão ser entregues via transportadora. A ativação acontece com a adição de água. Cada unidade também conta com uma dieta específica para as larvas. Na fase de mosquitos, os insetos conseguem sair por furos nas caixinhas. O período de transformação dura entre 7 e 10 dias. Cada unidade protege uma região com 5 mil metros quadrados.
No Brasil, desde janeiro, o método foi adicionado ao programa de combate à dengue, do Ministério da Saúde, sendo já utilizado em 11 cidades. De acordo com a Oxitec, o objetivo é oferecer a produção ao governo federal.




