A Justiça condenou o delegado José Clésio Silva de Oliveira Filho a mais de 29 anos de prisão em regime fechado por liderar um esquema de extorsão contra empresários em Indaiatuba.
A sentença foi publicada na última sexta-feira e divulgada nesta segunda-feira pelo Ministério Público de São Paulo. Outros réus também receberam penas superiores a 20 anos.
Todos os condenados perderam os cargos públicos e foram obrigados a pagar mais de R$ 600 mil em indenizações às vítimas, além de R$ 10 milhões por danos morais coletivos ao Fundo do Estado de São Paulo. A Justiça também determinou que os bens bloqueados sejam vendidos para ressarcir os prejuízos causados.
A condenação é resultado da Operação Chicago, deflagrada em março de 2024 pelo Gaeco, grupo do Ministério Público que investiga o crime organizado. A operação revelou que policiais civis, guardas municipais, servidores comissionados e advogados formavam uma organização criminosa dentro do 1º Distrito Policial de Indaiatuba.
O grupo fabricava boletins de ocorrência, inquéritos e até prisões em flagrante para pressionar empresários. As vítimas eram levadas para uma sala dentro da delegacia, onde eram ameaçadas de prisão caso não pagassem valores que variavam entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões. Os alvos eram donos de supermercados, açougues, lojas de roupas e estacionamentos.
Durante a primeira fase da operação, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão temporária em Indaiatuba e Itu. Entre os presos estavam dois investigadores, um escrivão, dois guardas municipais, três advogados e três servidores comissionados da prefeitura. A casa do delegado e a sede da delegacia também foram alvo de buscas.
O Ministério Público e as defesas ainda podem recorrer da decisão. O Grupo EP procura a defesa do delegado.