Hoje é o Dia da Consciência Negra e o CBN Campinas falou sobre diferentes aspectos dessa data. O racismo estrutural ainda marca profundamente a sociedade brasileira. A desigualdade no acesso à educação, os salários mais baixos e a baixa presença de pessoas negras em cargos de liderança são reflexos desse problema.
A comendadora Edna Almeida Lourenço, coordenadora do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da PUC Campinas, destacou que a violência policial também precisa ser reconhecida como parte desse cenário.
Além disso, a forma como a história dos povos africanos e afro-brasileiros é ensinada nas escolas e mostrada na mídia contribui para a manutenção do racismo. Mesmo com a obrigatoriedade do ensino da cultura negra nas escolas, ainda há muitos desafios. Edna Lourenço defende uma educação afrocentrada, que valorize os heróis e heroínas negros e fortaleça a autoestima das crianças.
A falta de representatividade negra em espaços de poder não afeta só quem está fora desses lugares. Ela compromete a democracia e limita a inovação. Segundo a coordenadora, essa ausência tem impactos profundos e sistêmicos. Mas, mesmo diante das dificuldades, a cultura afro-brasileira segue viva. Ela se reinventa e resiste por meio da arte, da religião e das tradições sociais. Edna Lourenço lembrou que essas expressões culturais são formas de enfrentamento à opressão.
Ter consciência negra é mais do que lembrar a história. É reconhecer a luta e reafirmar a identidade em um país que ainda convive com desigualdades profundas.
Para a comendadora, essa consciência também é um ato de resistência. E para transformar essa realidade, políticas públicas são fundamentais. Elas precisam garantir acesso, inclusão e formação.
Edna Lourenço apontou caminhos como cotas, ações afirmativas e capacitação de servidores.




