No Dia da Consciência Negra, o educador antirracista Levi Kaique participou do CBN Campinas e destacou a importância de reconhecer o passado escravocrata do Brasil para enfrentar o racismo estrutural. Ele defendeu que a sociedade precisa lembrar que a escravidão durou quase 400 anos e que seus efeitos ainda estão presentes nas desigualdades sociais e econômicas.
Levi deixou a engenharia para atuar na formação e no debate público sobre igualdade racial. Começou como voluntário em escolas de Campinas e hoje participa de eventos nacionais e internacionais, incluindo reuniões no Palácio do Planalto e na ONU.
Durante a entrevista, ele explicou que o racismo estrutural não é um tipo de racismo, mas a própria forma como a sociedade está organizada. Segundo Levi, mesmo que todos decidam não ser racistas, ainda haverá desigualdade, porque a estrutura social favorece a exclusão da população negra.
O educador também falou sobre o papel dos influenciadores digitais na luta antirracista. Para ele, as redes sociais ajudam a democratizar o acesso à informação e a conectar dados históricos que muitas vezes são apresentados de forma isolada. Levi contou que recebe mensagens de pessoas negras que, ao lerem seus conteúdos, conseguem entender melhor o racismo e comunicar isso com mais clareza.
Na área da educação, Levi defendeu que o combate ao racismo não deve se limitar ao mês de novembro. Ele propôs que todas as disciplinas incluam conteúdos que valorizem a história e as contribuições da população negra. Para ele, isso ajuda a formar jovens mais conscientes e a levar o debate para dentro das casas e dos círculos sociais.





