Entenda o que é o PIDS, sancionado pela Prefeitura de Campinas

A Prefeitura de Campinas sancionou a lei que cria o Polo de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável (PIDS), uma área estratégica para concentrar empresas de tecnologia, pesquisa e inovação. O projeto define regras para uso e ocupação do solo em Barão Geraldo, onde ficam a Unicamp e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). A proposta é atrair investimentos e organizar o crescimento urbano com foco em sustentabilidade.

O que muda na prática

O PIDS estabelece parâmetros para construções, criação de áreas verdes e corredores ecológicos. Também prevê incentivos para empreendimentos inovadores, como aumento do coeficiente de aproveitamento e descontos na outorga onerosa, desde que cumpram exigências ambientais e de mobilidade. A lei divide a região em duas zonas:

  • Zona de Centralidade (ZC-PIDS): para moradia vertical e uso misto.
  • Zona de Atividade Econômica (ZAE-PIDS): para empresas de tecnologia e pesquisa.

Há limites para altura dos prédios, exigência de espaços públicos e permeabilidade visual para evitar muros fechados. O projeto inclui infraestrutura subterrânea compartilhada, iluminação com energia solar e sistemas para infiltração de água da chuva, reduzindo risco de enchentes.

Parque Anhumas e áreas verdes

Um dos pontos centrais é a criação do Parque Ambiental Anhumas, que deve ligar fragmentos de mata e áreas de preservação permanente, além de oferecer lazer e educação ambiental. Segundo o secretário de Planejamento, Marcelo Coluccini, em entrevista à CBN Campinas em 2023, isso garante integração entre desenvolvimento e meio ambiente: “Todo o projeto teve um cuidado muito grande com a questão ambiental. Tem a criação do parque em Anhumas, que vai cruzar toda a área do PIDS, fazendo conexão entre as matas existentes e os novos parques”.

Ele afirmou que a urbanização planejada pode ser melhor para o meio ambiente do que áreas rurais abandonadas: “Existe uma falsa premissa de que área rural é preservação. Muitas vezes você tem gado pisoteando nascente, descarte irregular de esgoto. Com urbanização organizada, isso deixa de existir”.

Segundo o secretário, o projeto prevê reflorestamento, tratamento de esgoto e criação de novos parques, mesmo com aumento das construções.

Infraestrutura e contrapartidas

Moradores questionaram impacto em serviços públicos e trânsito. O secretário disse à CBN Campinas que concessionárias de água, energia, telefone e gás foram consultadas e garantiram capacidade para atender a expansão. Ele explicou que cada empreendimento terá que oferecer contrapartidas para ampliar escolas, unidades de saúde e áreas de lazer: “Quando ele vai ser instalado, ele vai entender qual é a demanda adicional. Essa medida mitigadora é o empreendedor que vai ter que fazer”.

Também estão previstas mudanças viárias para reduzir fluxo nas rodovias.

Críticas e preocupações

O movimento Mobiliza Barão, formado por moradores e especialistas, contesta pontos do projeto. A professora Eleonore Setz, da Unicamp, disse à CBN Campinas também em 2023 que o parque depende da adesão dos proprietários: “Toda a área pressuposta para o parque é particular. Cada proprietário teria que entregar uma parte quando urbanizar. Isso depende da vontade deles”.

Ela alerta para riscos como impermeabilização do solo, enchentes e aumento do trânsito. Eleonore também rebateu a ideia de áreas rurais abandonadas. Na Fazenda Argentina são encontradas onças-pardas, gatos-do-mato, jaguatiricas, tatus. Há fauna ocupando essas áreas.

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