Fuzis feitos em fábrica clandestina na região abasteciam Comando Vermelho no RJ, diz PF

Foto: Reprodução/TV Globo

Algumas das armas encontradas na megaoperação contra o Comando Vermelho, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, eram produzidas na região de Campinas, em Santa Bárbara d’Oeste, de acordo com uma investigação da Polícia Federal.

A fábrica utilizava pelo menos 11 equipamentos industriais de precisão. No local, a PF apreendeu cerca de 150 fuzis prontos, além de mais de 30 mil peças. A linha de montagem contava com a capacidade para fabricar até 3.500 fuzis por ano. Parte desse arsenal seguia para um depósito da quadrilha em Americana.

Em uma das apreensões, a polícia chegou até Anderson Custódio Gomes, do núcleo operacional da quadrilha. Ele e um comparsa foram presos em flagrante transportando peças suficientes para a produção de 80 fuzis – que tinham saído da fábrica e seguiam para o depósito do grupo criminoso.

A fachada do crime era o CNPJ de uma fábrica de peças aeronáuticas. A propriedade é do piloto de avião Gabriel Carvalho Belchior. Em 2015, ele foi notícia quando a aeronave que pilotava caiu no mar da praia do Leblon, no Rio.

Antes da operação da PF, no início do mês passado, Gabriel já tinha saído do país. Em mensagem de voz enviada a um parente, ele diz que está nos Estados Unidos.

Segundo a PF, Gabriel enviou ao Brasil fuzis desmontados dentro de caixas de piscinas infláveis e de outras mercadorias. Tudo comprado nos Estados Unidos e entregue em uma casa que ele tinha alugado na Flórida, para daí ser despachado para o Brasil.

Em agosto, a Receita Federal interceptou a remessa. Gabriel está foragido, e o nome dele entrou para a lista de procurados da Interpol. O modelo desse fuzil enviado ao Brasil é diferente daquele produzido na fábrica clandestina.

O esquema também tinha ramificações em Minas Gerais, onde uma segunda fábrica clandestina, em Belo Horizonte, era comandada por Silas Diniz Carvalho, preso no ano passado com 47 fuzis no apartamento no Rio.

Os investigadores estimam que a indústria clandestina chegou a fornecer cerca de mil fuzis para as facções do Rio, não só no complexo do Alemão, como também na Rocinha e no Complexo da Maré, e para milícias. A quadrilha também forneceu armas para facções na Bahia e no Ceará.

A Polícia Civil do Rio ainda vai fazer uma perícia nos mais de 90 fuzis apreendidos na megaoperação contra o comando vermelho. Pelo menos 25 eram como os fabricados em Santa Bárbara d’Oeste.

Não foi possível contato com a defesa de nenhum dos citados na reportagem.

  • com informações da TV Globo/Fantástico
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