A Polícia Civil afirma que o adolescente de 14 anos envolvido na produção de imagens falsas de nudez com alunas de uma escola particular de Indaiatuba, envolveu um site sediado em Luxemburgo.
Segundo a corporação, as vítimas foram ex-amigas com quem ele teria tido desavenças.
Ao longo de dois meses, ele foi investigado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Indaiatuba, que conseguiu rastrear a origem das publicações.
Graças à colaboração da empresa, o e-mail e os dados de IP, a identidade digital, foram rastreados e levaram a dois endereços em Indaiatuba, onde o autor das montagens foi encontrado e confessou o crime. Quem explica é a titular da DDM de Indaiatuba, Fernanda Hetem.
“Em uma das casas, um dos adolescente prontamente confessou tudo, até porque ia levar celular de pai, computador de mãe. Daí ele falou que ia contar e disse que foi ele mesmo, que ele tinha se sentido excluído por questões que ele havia recém-saído da escola. Ele estava com raiva, quis se vingar de algumas alunas e, para não ficar muito na cara segundo ele, ele acabou expondo várias para ninguém saber que era ele por razões pessoais dele”, explicou.
De acordo com a Polícia, as próprias vítimas, com idades entre 13 e 18 anos, encontraram as montagens publicadas pela página digital e efetuaram a denúncia. Ao menos 14 delas procuraram a Polícia Civil.
Uma das mães, que não quis se identificar, conversou com a reportagem do Grupo EP e relatou a sensação de medo.
“E minha filha recebeu de outra amiga e falou: ‘Olha, eu achei você na internet nas Imagens’. E ela foi dormir, não achou que era ela. Quando nós acordamos todo um rebuliço já havia sido feito. Minha filha tinha nove mil visualizações, muitas fotos, muitos vídeos. Nós mesmas não chegamos a ver o conteúdo dos vídeos. Nós vimos as fotos porque o conteúdo ficou hospedado no Google por um tempo. Os vídeos a gente preferiu não ver”, contou.
Segundo a delegada Fernanda Hetem, apesar de ser menor de idade, o autor das montagens não deve se esquivar da responsabilização criminal.
“A responsabilidade penal nunca passa do rapaz que cometeu a infração. O que, eventualmente, acontece em outras situações é os pais pedirem uma reparação civil e, aí sim, os pais podem entrar nessa parte de ter que dar algum tipo de reparação civil. Mas na parte criminal, não. Os pais não têm responsabilidade nenhuma”, detalhou.
O adolescente foi conduzido à delegacia, onde prestou depoimento e foi liberado na presença dos pais. O telefone celular foi apreendido para a perícia criminal.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirma que o caso foi registrado como “simulação de participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual“.
O caso vai ser encaminhado à Vara da Infância e da Juventude, que vai analisar o eventual cumprimento de medidas socioeducativas pelo menor de idade.




