Os dados compilados de janeiro a outubro mostram que 55 pessoas morreram nas vias urbanas de Campinas. Nesse grupo, foram 33 motociclistas ou garupas e 22 pedestres.
Apesar desses números impressionantes, a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) destaca que o número de mortes nesse grupo vem caindo.
Também nesse comparativo de janeiro a outubro, comparado ao ano passado, a redução foi de 16%.
Ainda assim, a vida do motociclista não é fácil no dia a dia. Raíssa Biasi reclama da falta de empatia dos motoristas, que não sinalizam as manobras.
“Muita coisa que eu observo é que os motoristas de carro não sinalizam quando vão parar, ou saem do nada do acostamento quando entram na pista. E isso é um grande susto pra gente”, reclama.
Já o Fábio Santos trabalha como entregador por aplicativo, e reconhece que alguns motociclistas precisam “pisar um pouco mais fundo” no acelerador para cumprir as metas de entrega.
“Eu sei que é pra todo mundo, mas pra motoboy é pior ainda porque a gente faz entrega rápida, tem uma certa demanda pra atender de marmita, tem horário de empresa. A gente não consegue atender todo mundo devido ao horário”, explica.
Na contramão, a Emdec destaca algumas reduções expressivas. São as mortes de ciclistas e de ocupantes de outros veículos, que caíram 60% e 14%, respectivamente.
Os motociclistas são as principais vítimas fatais nas ruas e avenidas de Campinas, e os quatro principais motivos foram a velocidade excessiva/inadequada; o consumo de álcool; o comportamento do pedestre e o desrespeito à sinalização.
A Emdec destaca que essas causas são todas “evitáveis pelo ser humano”. Por isso, a terminologia mais usada é a de que são sinistros de trânsito, e não acidentes.
O levantamento de janeiro a outubro também mostra que Campinas teve redução no número total de mortes em ruas e avenidas: foram 114 nesse período, sendo 63 em ruas e avenidas; 50 em rodovias e um caso ainda sem identificação.
Segundo a própria Emdec, a resposta para esses indicadores está sendo dada nas operações integradas de trânsito, que já foram 263 desde o começo do ano. Elas resultaram em mais de 9.800 infrações emitidas.
A Emdec também diz investir em sinalização, que já recebeu mais de 150 mil metros quadrados de pintura de solo e 5.400 placas novas.
A empresa também destaca as ações educativas, que já foram 353 neste ano, com público alcançado de mais de 42 mil pessoas.
O principal desafio para 2026 é a redução da quantidade de mortes entre motociclistas e pedestres, que são quase 90% dos óbitos urbanos no trânsito de Campinas.




