Rigidez orçamentária. Este foi o termo usado pela Prefeitura para resumir a projeção de receitas e despesas da metrópole para 2026.
Os números foram apresentados na Audiência Pública realizada na Câmara Municipal na noite de segunda-feira (4).
A reunião é apenas uma parte de um longo processo para elaborar o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) enviado pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) à Câmara Municipal.
Para 2026, Campinas deve ter um orçamento de R$ 11,7 bilhões, cerca de 8% maior do que o deste ano.
As secretarias municipais de Educação e de Saúde terão acesso às maiores fatias, com cerca de R$ 2 bilhões cada uma.
A reunião do Legislativo foi uma oportunidade para que líderes comunitários, servidores públicos, vereadores e técnicos da Prefeitura discutissem sugestões de obras e de investimentos, mas também para confrontar os sete destaques de investimentos prioritários apresentados pela Administração.
O secretário municipal de Finanças, Aurílio Caiado, reconheceu que algumas áreas, como a Secretaria de Esportes e Lazer, têm menos projetos apresentados do que outras pastas.
No entanto, Caiado cobrou a apresentação de propostas que sejam economicamente viáveis a longo prazo. “Fazer um ginásio de esportes não é tão caro assim. O difícil é manter o resto da vida. Então a gente tem que fazer um esforço para fazer novos projetos, fazer um levantamento mais detalhado sobre as demandas que existem da cidade e ver como a gente viabiliza”, declarou.
A vereadora Fernanda Souto (PSOL) rebateu a avaliação de que o orçamento está comprometido, e afirmou que a Prefeitura poderia se organizar para ampliar a oferta de serviços públicos. “Ampliação da rede de atendimento em Saúde, Educação, Assistência… Mas se os servidores são os trabalhadores que estão na ponta, que estão garantindo esse trabalho, estão perdendo espaço no orçamento, o que está crescendo? As privatizações e as terceirizações. É exatamente isso o que estamos vendo”, pontuou a parlamentar.
Entre as participações populares, a LOA recebeu 2962 sugestões, tanto presenciais como digitais, especialmente de moradores das regiões Leste e Sul.
O diretor de Contabilidade e Orçamento da Secretaria de Finanças, João Carlos Ribeiro da Silva, avalia que os mecanismos de participação estão disponíveis, mas a adesão popular ainda é muito pequena. “A gente tem, como exemplo, as audiências aqui na Câmara, que são presenciais e a gente vê que a participação não é muito grande. A gente entende que a participação via internet abrange um número muito maior de participações”, observou.
Segundo o projeto apresentado pela Prefeitura, a Saúde, a Educação e a Infraestrutura devem ser as áreas com maior quantidade de projetos executados em 2026.
Na Saúde, a Prefeitura prevê construir e ampliar unidades de atenção básica e ampliar o orçamento da Rede Mário Gatti.
Para a Educação, os valores devem ser aplicados na construção de uma unidade de ensino de tempo integral e na reforma de creches.
A Infraestrutura terá seus recursos alocados em serviços de pavimentação e drenagem, além das obras dos piscinões antienchentes.




