O uso do gás natural veicular (GNV) tem caído de forma acentuada em Campinas e em todo o estado de São Paulo. Dados do Detran mostram uma redução significativa tanto na frota que circula com o kit gás quanto nos pedidos de inclusão do sistema no documento do veículo, procedimento obrigatório para quem instala o equipamento.
Em Campinas, a queda é de 45% nos últimos anos. No fim de 2020, a cidade tinha pouco mais de 78 mil veículos equipados com GNV. Até outubro deste ano, o número caiu para 43 mil. Usuários que abandonaram o sistema apontam fatores como o custo de instalação, manutenção e a perda de espaço no porta-malas.
A tendência também aparece no número de novos pedidos. Campinas atingiu o pico de solicitações em 2021, com 158 pedidos registrados entre janeiro e outubro daquele ano. No mesmo período de 2024, foram apenas 20, uma retração de 87%. Em escala estadual, o movimento é semelhante: em 2021, São Paulo registrou quase 10 mil pedidos de inclusão do GNV; no ano passado, foram 1.752, queda de 82%.
Mesmo com o metro cúbico do gás natural custando menos que os combustíveis líquidos, em Campinas, é encontrado a R$ 4,55, especialistas apontam que o custo da conversão tem afastado motoristas. O kit pode ultrapassar os R$ 5 mil, além das inspeções obrigatórias e manutenção específica.
Para alguns, no entanto, ainda compensa. Motoristas que rodam longas distâncias diariamente afirmam que a diferença no consumo faz o sistema valer a pena, mesmo com a leve perda de rendimento do motor.
O Detran registrou pouco mais de 1.200 pedidos para inclusão de GNV no estado até outubro deste ano, o que confirma a tendência de queda. Segundo especialistas do setor automotivo, o investimento só compensa para quem tem alta quilometragem mensal; para a maior parte dos motoristas, o retorno financeiro deixou de ser vantajoso.




