Unicamp detalha impactos e cronograma da proposta de autarquização da área da saúde 

Foto: Arquivo/CBN Campinas

A Unicamp divulgou novos detalhes sobre a proposta de transformar a área da saúde em uma autarquia. O plano, apresentado à reitoria na semana passada, prevê que a mudança seja aprovada no primeiro semestre de 2026 e concluída até 2036, com transição gradual. 

Segundo o relatório elaborado por um grupo de trabalho da universidade, a nova estrutura se chamaria Hospital das Clínicas da Unicamp (HC-Unicamp) e reuniria oito unidades, entre elas o atual Hospital de Clínicas e o Caism. A autarquia ficaria vinculada à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, mas manteria o vínculo acadêmico com a Unicamp para atividades de ensino, pesquisa e extensão. O atendimento pelo SUS continuaria normalmente. 

A proposta aponta que a mudança permitiria maior autonomia administrativa e financeira, além de facilitar investimentos e a expansão da área da saúde. Atualmente, a Unicamp é a única entre as universidades estaduais paulistas que mantém os hospitais diretamente ligados à própria estrutura orçamentária. 

O relatório também destacou a sobrecarga enfrentada pelo Hospital de Clínicas, que tem 560 leitos para atender cerca de 4,2 milhões de pessoas. Isso representa uma média de 7.500 pacientes por leito, número superior ao de outras instituições que já operam como autarquias, como os hospitais de Ribeirão Preto e Botucatu. 

Com a autarquização, cerca de R$ 1,1 bilhão — o equivalente a 17% do orçamento da Unicamp — deixaria de ser destinado à saúde. Esses recursos seriam redirecionados para ampliar a estrutura acadêmica, criar novos cursos e investir em infraestrutura. A Secretaria de Saúde assumiria os custos da área de forma escalonada, começando pelo custeio operacional em 2028 e passando ao pagamento integral dos servidores a partir de 2031. 

O plano prevê a manutenção dos benefícios dos servidores, como vale-refeição, auxílio-transporte, auxílio-saúde e outros. Também está prevista a continuidade dos programas de formação e progressão na carreira. 

A universidade pretende usar os recursos liberados para abrir 1.100 novas vagas em cursos de graduação e pós-graduação até 2030. Entre os cursos previstos estão Medicina, Inteligência Artificial, Ciência de Dados, Engenharia Biomédica, Psicologia, Fisioterapia, Direito e áreas ligadas à energia. A proposta inclui ainda a contratação de professores e técnicos, além da modernização curricular e melhorias nos campi. 

O relatório será analisado pelo Conselho Universitário da Unicamp. Se aprovado, seguirá para avaliação do governo estadual.  

A medida não é aprovada pelo sindicato dos trabalhadores, que afirmam que haverá uma precarização do serviço.  

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