O vice-prefeito de Hortolândia, Carlos Augusto César, conhecido como Cafu, e três secretários municipais foram exonerados após serem citados na Operação Coffee Break, da Polícia Federal.
As exonerações foram publicadas no Diário Oficial do município nesta sexta-feira (14) e, segundo a prefeitura, ocorreram a pedido dos próprios agentes públicos.
Além de Cafu, foram exonerados Rogério Mion, secretário de Habitação, Fernando Gomes de Moraes, então titular da pasta de Educação, e Carla Ariane Trindade, diretora do Departamento de Almoxarifado e Patrimônio.
A operação, deflagrada na quarta-feira (12), investiga um esquema de superfaturamento na compra de materiais educativos por prefeituras de São Paulo, Paraná e Distrito Federal. A empresa Life Tecnologia Educacional é apontada como responsável por vender livros e kits de robótica com preços até 80 vezes maiores que os de mercado.
Segundo o Ministério Público Federal, a Life Tecnologia Educacional movimentou mais de R$ 128 milhões entre 2021 e 2024, com recursos públicos vindos principalmente das prefeituras de Sumaré, Hortolândia e Limeira. Em Hortolândia, os ganhos da empresa ultrapassaram R$ 17,9 milhões.
A investigação aponta que Cafu e Fernando Moraes teriam atuado para favorecer a empresa em licitações. Em um dos pregões, realizado este ano, a Life venceu com uma proposta de mais de R$ 20 milhões. A lista de livros apresentada só poderia ser fornecida pela empresa.
A defesa de Cafu informou que ainda analisa os autos e vai pedir a reversão da prisão preventiva. Já os advogados de Fernando Moraes disseram que foram surpreendidos pela prisão e confiam que os fatos serão esclarecidos.
A prefeitura de Hortolândia declarou que está colaborando com as investigações e que os processos seguem os trâmites legais. A secretária de Assuntos Jurídicos, Silvânia Anizyo, afirmou que o contrato com a Life está mantido, mas que a administração aguarda acesso aos autos para avaliar medidas administrativas.




