No vai-vém dos carros de uma grande avenida, uma freada repentina do motorista pode salvar vidas de quatro patas. Principalmente na região da John Boyd Dunlop, em Campinas.
É o que nos conta o nosso ouvinte Eliseu Cirino, que reclama da repetição do problema dos animais que cruzam a pista, vindo das propriedades rurais da região.
São cavalos e até bezerros que deveriam estar confinados, mas conseguem sair das áreas dos seus proprietários e põem em risco a segurança do trânsito.
“Teve o cavalo que morreu atropelado ali no Bela Aliança, na curva. Acho que dois meses atrás teve o acidente com uma moto. Ainda bem que não morreu ninguém, mas a menina bateu ali no Terminal do Satélite Íris depois da Pirelli, daqui pro Centro”, conta.
Pelo bom senso dos tutores, não precisaria, mas Campinas tem uma lei de 2017 que proíbe a permanência de animais desse porte, soltos ou atados, em vias, parques e praças da cidade. É o Estatuto de Proteção, Defesa e Controle das Populações de Animais Domésticos.
Segundo o DPBEA (Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal), de janeiro a novembro, 81 animais foram recolhidos por estarem soltos em vias públicas. No mesmo período do ano passado, haviam sido 34.
As regiões do Satélite Íris e do distrito do Campo Grande são as que lideram a reincidência desses casos.
De fato, Eliseu Cirino conta que o problema é recorrente, e também atinge as imediações da Lagoa do Mingone, na região do Ouro Verde.
“E assim, não é que foi um acidente. Você percebe que as pessoas soltam os animais pra passear. Isso é ruim. Isso é péssimo”, reclama.
A Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), garante estar atenta ao problema, mas ressalta que o atendimento às ocorrências depende da disponibilidade dos amarelinhos, que priorizam locais com alto fluxo de veículos, para priorizar a segurança viária e evitar sinistros.
A Emdec também esclarece que, nos eixos das avenidas John Boyd Dunlop e Ruy Rodriguez, as vistorias acontecem a partir do momento em que as denúncias são feitas nos canais de atendimento. No entanto, quando os agentes chegam ao local, os animais já dispersaram.
Ainda assim, quando os animais são avistados na via, o procedimento inclui a condução até um local seguro, fora da via, e o acionamento do DPBEA (Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal).
O DPBEA lembra que é proibido manter animais de grande porte em vias urbanas, e nos casos em que o tutor não é identificado no local, os animais são recolhidos pelo Departamento.
Para recuperá-los, o dono precisa comprovar ser dono do animal e pagar as taxas. Se isso não acontecer, o animal é colocado em doação.
Pela Emdec, o registro de uma situação de emergência pode ser feito pelo telefone 118, na opção 1.




