Com a chegada do período de férias escolares e coletivas, o número de viagens cresce em todo o país, tanto para destinos nacionais quanto internacionais. E, junto com o aumento do fluxo de turistas, cresce também a preocupação com imprevistos.
Um levantamento da Real Seguro Viagem aponta que a procura por seguro-viagem subiu cerca de 20% desde outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Antes visto como um item opcional, o seguro passou a ser considerado por muitos viajantes como um verdadeiro “passaporte invisível”, que garante proteção em situações inesperadas.
O advogado Bruno Giancoli, especialista em Direito do Consumidor, explicou esse aumento à CBN. “Durante muito tempo o seguro viagem era visto como um custo adicional, algo que muitas pessoas evitavam. Mas isso mudou, principalmente porque alguns países passaram a exigir o seguro como requisito obrigatório para entrada. Um exemplo é a Argentina, que é um destino muito comum para o brasileiro, e também os países europeus do Espaço Schengen, que passaram a fiscalizar melhor esse item”.
Mesmo em países que não exigem o seguro-viagem, como os Estados Unidos, o serviço tem sido cada vez mais recomendado, especialmente por conta dos altos custos com saúde no exterior. Mas o seguro não serve apenas para problemas médicos. Ele pode cobrir uma série de outras situações que afetam o bolso e a tranquilidade do viajante.
“O seguro viagem é um seguro de fato, regulamentado pela Susep. Ele tem coberturas obrigatórias, principalmente relacionadas a despesas médicas e hospitalares, mas também pode ter coberturas adicionais. Um exemplo muito atual é a cobertura para cancelamento de voo, que não é obrigatória, mas pode ser contratada. Quem enfrenta atrasos ou cancelamentos, como os que estamos vendo nos aeroportos, pode ter indenização direta da seguradora”.
Na hora da contratação, um dos erros mais comuns é escolher o seguro apenas pelo preço, sem analisar o que está, de fato, incluído na apólice. “Nem sempre o seguro mais caro é automaticamente o melhor, mas o melhor seguro é aquele que tem as coberturas adequadas para o perfil da viagem. O problema é que muitos consumidores não sabem exatamente o que estão contratando. É fundamental entender quais coberturas estão incluídas, comparar opções no mercado e evitar fechar por impulso, seja na agência de viagem ou naquela oferta automática do cartão de crédito”.
A recomendação vale tanto para viagens internacionais quanto para deslocamentos dentro do Brasil. Segundo o especialista, o seguro-viagem pode evitar dores de cabeça e até longas disputas judiciais. “Para viagens internacionais, o primeiro passo é verificar se o país exige o seguro como item obrigatório. Hoje são cerca de 32 países. Nos demais casos, é importante avaliar coberturas como despesas médicas, cancelamento de viagem, atraso de voo e extravio de bagagem. Até em viagens nacionais, muitas vezes é mais vantajoso receber uma indenização da seguradora do que entrar com uma ação judicial que pode levar anos”.
E, antes de embarcar, alguns itens não podem faltar na apólice, especialmente para quem viaja com idosos ou faz trajetos mais longos. “A cobertura básica mais importante é a de despesas médicas e hospitalares. Em alguns casos, vale incluir também o traslado médico, que é extremamente caro, principalmente em viagens internacionais. Como coberturas adicionais, o cancelamento de viagem e o extravio de bagagem merecem atenção. Isso pode evitar muito desgaste e prejuízo financeiro”.
A orientação do especialista é clara: incluir o seguro-viagem no planejamento das férias não é gasto desnecessário, mas sim um investimento em segurança e tranquilidade. Avaliar as coberturas, comparar preços e entender o que está sendo contratado pode fazer toda a diferença para evitar problemas e garantir que o descanso não vire dor de cabeça.




