Funcionários da Unicamp, em Campinas, entraram em greve, nesta segunda-feira, e realizaram uma passeata contra a mudança de gestão da área da saúde da universidade. A previsão é que a paralisação dure 48h, até essa terça-feira, quando está prevista a votação do projeto que prevê a autarquização da área da saúde da universidade.
A proposta já estava prevista para ser discutida no último dia 02 de dezembro durante reunião do Consu – Conselho Universitário da Unicamp, mas acabou sendo retirada de pauta por parte do Consu.
De acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, cerca de 30% dos servidores da saúde estão paralisados, e funcionários se revezam nas áreas hospitalares para garantir a manutenção dos serviços. O sindicato informou que as áreas com maior impacto são os ambulatórios e as cirurgias eletivas.
Procurado, o Hospital de Clínicas afirmou que está com todas as atividades assistenciais eletivas e de urgência normais. A Reitoria informou que não há paralisação das atividades na Unicamp.
Hoje, a área da saúde faz parte do organograma da Unicamp, e a universidade é responsável pelo custeio, que deve chegar a cerca de R$ 1,1 bilhão em 2025. A proposta segue modelos já adotados nas Faculdades de Medicina da USP, há quatro décadas, e da Unesp, em Botucatu, desde 2010.
Pelo projeto, será criada uma autarquia chamada Hospital de Clínicas da Unicamp (HC-Unicamp), que vai reunir oito órgãos, incluindo o Hospital Central e o Hospital da Mulher Caism. A estrutura terá presidência, conselho deliberativo e órgãos técnicos e administrativos. O conselho será formado por nove membros: presidente do HC-Unicamp, diretor e vice-diretor da Faculdade de Ciências Médicas, representantes das faculdades de Enfermagem, Ciências Farmacêuticas e Odontologia, além de um representante dos servidores.
A mudança busca aliviar os custos da universidade e garantir recursos para ampliar cursos, abrir novas vagas e contratar servidores. Até 2036, o plano prevê mais de 11,5 mil novos estudantes, contratação de 614 docentes e 1.390 funcionários, além de investimentos em prédios e laboratórios.
O projeto começou a ser discutido em setembro, após sinal verde do governo estadual, e foi apresentado à comunidade universitária em reuniões realizadas entre novembro e dezembro.




