Os principais rios da região de Campinas continuam registrando vazões muito abaixo da média histórica, reflexo direto da estiagem mais intensa deste ano. Dados do Consórcio PCJ mostram que o Rio Atibaia está 76% abaixo do nível esperado para dezembro, com volume 33% menor do que no mesmo período de 2023. No Jaguari, em Jaguariúna, a queda chega a 80%. O Rio Piracicaba também enfrenta situação crítica, com vazão 79% inferior à média para o mês.
O Sistema Cantareira, que auxilia no abastecimento da região, opera com pouco mais de 20% da capacidade, segundo a Sabesp. A chuva acumulada em dezembro está muito longe da média histórica de 211 milímetros. Até agora, choveu menos de 4% desse volume.
Segundo Aguinaldo Brito Júnior, coordenador do Programa de Saneamento do Consórcio PCJ, apesar dos índices muito baixos, a situação ainda segue dentro das faixas previstas pelas regras de operação do Cantareira.
Aguinaldo afirma: “Está sim abaixo da média do período… ainda está dentro de uma faixa de alguma previsibilidade. Não está fora, por exemplo, do que prevê a regra operativa do sistema Cantareira… é um cenário trabalhável.”
Entre agosto e setembro, no auge da estiagem, alguns municípios da região chegaram a decretar estado de alerta devido à queda acentuada nos mananciais. Com a volta das chuvas, mesmo abaixo do ideal, houve um alívio parcial.
O Consórcio PCJ recomenda ações preventivas desde o início do ano, como decretos de uso racional da água, identificação de mananciais provisórios e campanhas de economia entre a população.
A preocupação agora é com o comportamento das chuvas nos próximos meses. Se os volumes ficarem abaixo da média, a recomposição dos reservatórios pode ser insuficiente antes da próxima estiagem.
No médio prazo, a região deve ganhar reforço com as represas de Pedreira e Amparo, previstas para serem concluídas em 2026. Os reservatórios vão permitir armazenar água que hoje se perde com o escoamento natural das bacias.
O alerta do Consórcio PCJ permanece: sem chuvas consistentes e sem economia por parte da população, o risco de viver um cenário semelhante ao de 2014 ainda existe.
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