A greve dos trabalhadores dos Correios, iniciada na última quarta-feira (17), já provoca atrasos na entrega de encomendas na região de Campinas, às vésperas do Natal. Moradores relatam dificuldades no rastreamento de pedidos e objetos parados há vários dias no sistema da estatal.
Apesar de a paralisação ser considerada parcial, os impactos já são percebidos. Segundo os Correios, cerca de 91% do efetivo segue em atividade. No entanto, informações obtidas pela EPTV Campinas apontam que diversas encomendas estão retidas na Unidade de Tratamento de Indaiatuba, sem atualização de movimentação, o que preocupa consumidores neste período de aumento da demanda.
A expectativa é de que a situação possa se agravar nos próximos dias, já que dezembro concentra um volume maior de entregas por causa das compras feitas pela internet e do envio de presentes de fim de ano.
Na Agência Central dos Correios em Campinas, na Avenida Francisco Glicério, o atendimento ocorreu normalmente na tarde da última sexta-feira (19). Um funcionário informou que os serviços seguem funcionando, mesmo com a greve em andamento.
Greve nacional
A paralisação ocorre por falta de acordo nas negociações salariais. De acordo com os trabalhadores, não houve proposta de reajuste e o dissídio coletivo segue em tramitação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A Justiça determinou a manutenção de, pelo menos, 80% do efetivo em atividade.
Os Correios informaram que, dos 36 sindicatos que representam os funcionários, 24 não aderiram ao movimento. A greve atinge trabalhadores em nove estados: Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A estatal enfrenta uma grave crise financeira e pode fechar o ano com um prejuízo estimado em R$ 10 bilhões. Nesta quinta-feira (18), o Tesouro Nacional autorizou um empréstimo de R$ 12 bilhões para os Correios. O governo federal afirma que prepara um plano de reestruturação, que inclui fechamento de agências e um Programa de Demissão Voluntária.
Procurados pelo Grupo EP, os Correios e o Sintect/CAS, sindicato que representa os trabalhadores da região de Campinas, não se manifestaram sobre a paralisação.




