Indústrias da região reclamam dos juros altos e da incerteza na economia

Foto: Kevin Kamada/CBN Campinas

O empresário associado ao Ciesp Campinas (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) está mais pessimista com a evolução da economia regional do que há um mês e há um ano. 

Esta é a conclusão da edição Novembro/Dezembro da Sondagem Industrial com os 560 associados da organização, que está presente em Campinas e outras 18 cidades da nossa região. 

O questionário com 13 perguntas, repetidas todos os meses para os associados, mostrou que 1/3 deles (33%) relatou a queda no volume de produção em novembro. Na sondagem anterior, divulgada em outubro, o índice era de 11%. 

Na opinião do diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, os números refletem a incerteza do empresário com o cenário político e econômico. Com 33 setores diferentes pesquisados, Corrêa negou que possa haver influência nos resultados. 

“A gente ainda sofre impacto da questão dos Estados Unidos, da queda da atividade produtiva, do Custo Brasil, do aumento da dívida pública, da inflação mascarada por dados não-corretos. Então a gente tem tudo isso daqui, que faz com que nós tenhamos um momento de produção reduzida dos nossos associados”, ponderou.

A Sondagem Mensal também mostrou que 25% das indústrias não conseguiram honrar seus compromissos e ficaram inadimplentes em novembro. 

O índice percentual é praticamente o dobro do registrado há um ano, quando eram 12%. Para o diretor do Ciesp Campinas, o resultado reflete a queda nas vendas e a diminuição do caixa das empresas

“Aumentou para 25%, e isso é um número que, em relação ao ano passado, é bastante considerável. Se há um ano a gente tinha 12% só de aumento de inadimplência, a gente ter 25% significa que há uma redução do caixa das empresas. Por que há redução? Pela queda de consumo”, analisa.

Outro ponto abordado pela pesquisa do Ciesp foi a contratação de funcionários. Entre as empresas participantes da sondagem, 17% afirmaram ter feito demissões, e 8% novas contratações. 

Para o diretor do Ciesp Campinas, a incerteza com a economia tira o incentivo de empresários em realizarem novas contratações e movimentarem a renda. 

“O PIB poderia crescer muito mais e isso traria muito mais desenvolvimento. Esse pouco PIB que cresceu reflete pra gente. A gente não pode esquecer que estamos em um estado e em uma região privilegiada onde a economia continua funcionando, mas tem locais e regiões do Brasil que a economia e a atividade econômico-industrial está retraindo bastante”, afirmou.

Sobre o tarifaço de Donald Trump e o impacto para a balança de Comércio Exterior das indústrias da região, o Ciesp destacou que os Estados Unidos mantiveram a liderança como destino de exportação em outubro

Já a Argentina, a segunda maior parceira, viu sua participação cair de 18% para 14% no período. Na comparação com outubro do ano passado, as exportações subiram cerca de 9%, e as importações tiveram uma alta de 6,5%. 

Por fim, a pesquisa também consultou o empresário sobre a necessidade de mais crédito disponível e com juros mais baixos. Para metade dos empresários, a medida é fundamental e obrigatória. Os outros 50% afirmaram que isso não interfere no resultado da economia. 

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