Palco de uma tragédia na primavera de 2024, o trecho do córrego do Ribeirão Piçarrão próximo ao antigo Curtume da Vila Industrial, ainda assusta quem passa pela região.
O local onde o carro de Sara Gabrielly foi arrastado, hoje conta com defensas metálicas, barreiras de concreto e uma sirene de alerta. Uma placa também alerta para o risco de alagamento.
Ainda assim, muitos moradores têm medo da água empoçada nos dois sentidos da avenida Sylvio Moro nas chuvas mais fortes. Três moradoras que não quiseram se identificar, reclamam que essa é uma incerteza frequente.
“Assim que o tempo fecha, a Emdec já tem que fechar a rua porque ela alaga. Eles têm que fechar para não ter perigo de alagar e ter acidente igual ano passado com a moça que morreu. Aqui tem muita poça d’água, tanto de ida como de volta”, conta uma delas.
“Ainda hoje, apesar de ter sido feita a recanalização, todo o trabalho que foi feito, quando chove muito forte, uma parte que recebe a água não comporta toda a quantidade de água que vem e vira um chafariz”, narra outra moradora.
“Eu no meu caso aqui não tenho comporta, mas o portão já foi feito pensando em um sistema parecido, para que ele não saia do trilho, né? Para a água não invadir. Como a casa tem quase um metro acima do nível da rua, não chega a invadir. Chega a entrar na metade do terreno”, explica a moradora.
Nós procuramos a Prefeitura para questionar a situação da Avenida Sylvio Moro. A Secretaria de Serviços Públicos disse fazer a limpeza do Córrego Piçarrão quatro vezes por ano, inclusive sob as pontes, para que a água flua no leito.
A Administração relembra que a cidade dispõe de todos os serviços para descarte adequado, como coleta domiciliar de lixo, coleta seletiva, cata-treco, ecopontos, Usina Recicladora de Materiais, cooperativas e pontos de entrega voluntária.
A pasta diz que a legislação ambiental restringe fortemente o fechamento de córregos, mas que “um projeto de macrodrenagem está em desenvolvimento para o entorno”.
A Secretaria relembrou a instalação dos dispositivos viários de segurança na Avenida Sylvio Moro, em parceria com a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas).
A Prefeitura também diz que câmeras instaladas na avenida enviam os dados ao Centro de Controle Operacional de Trânsito e Transporte (CCO), da Emdec, que fazem o monitoramento preventivo das condições de segurança viária. Em caso de risco, os agentes de campo são acionados para fazer bloqueios operacionais.
A Secretaria de Serviços Públicos destaca que os eventos climáticos extremos são cada vez mais comuns, com a ocorrência de altos índices de chuva em pouco tempo, que podem dificultar o escoamento da água da chuva.




