O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para apurar possíveis irregularidades nas licenças médicas de profissionais da UPA Carlos Lourenço, unidade do SUS em Campinas. A prefeitura já havia iniciado apuração interna e acionado o Conselho Regional de Medicina.
Segundo levantamento, foram pelo menos 600 dias de afastamentos em 2025. Dos 36 clínicos gerais concursados da unidade, 28 apresentaram atestados. Dez deles tiveram mais de 15 dias de licença entre janeiro e outubro. O maior período foi de 155 dias. Outros casos somaram 95 e 74 dias. Juntos, os dez médicos com mais afastamentos acumularam 569 dias fora do trabalho.
A prefeitura também investiga dois pontos: a concentração de pedidos de atestado entre quinta e domingo e a emissão de documentos por pediatras e ginecologistas para médicos homens. Há ainda consulta ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde para verificar se os profissionais atuaram em outros serviços durante as licenças.
A UPA Carlos Lourenço foi inaugurada em 2019, tem 23 leitos e atende cerca de 200 pessoas por dia. Todos os médicos são concursados, com carga semanal entre 24 e 36 horas e salário médio de R$ 20 mil a R$ 26 mil.
As penalidades podem incluir advertência, suspensão ou até cassação do exercício profissional. O Cremesp confirmou que abriu sindicância, mas informou que o processo corre sob sigilo.




